Angola pode estar diante de transmissão comunitária
Autoridades sanitárias confirmaram, também, a infecção pela Covid-19 de uma enfermeira de 25 anos, de um centro privado de tratamento
Angola pode estar diante do primeiro caso de transmissão comunitária por Covid-19, com o anúncio, ontem, da morte de um cidadão de 82 anos, que veio de Portugal em Fevereiro, numa altura em que aquele país europeu não tinha casos da pandemia do novo coronavírus. De acordo com o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, este caso está a ser investigado para se determinar se se trata do primeiro caso de contaminação comunitária em Angola. O governante anunciou que o outro caso positivo de contaminação local é de uma enfermeira, de 25 anos, de um centro privado de tratamento da Covid-19. Angola tem o registo de 50 casos da Covid-19, três óbitos, 17 recuperados e 30 pacientes activos clinicamente estáveis.
de um cidadão de 82 anos, num dos centros de tratamento da pandemia da Covid-19 em Luanda, nas últimas 24 horas, pode indiciar o primeiro caso de transmissão comunitária, admitiu ontem o secretário de Estado para a Saúde Pública.
"Está em curso a investigação epidemiológica do caso. Se não se detectar nenhum link epidemiológico poderá ser o primeiro caso de contaminação comunitária no país", afirmou o secretário de Estado, no habitual encontro com a imprensa em Luanda, sobre a evolução da pandemia.
Franco Mufinda apelou para a necessidade de se redobrar esforços na prevenção e no diagnóstico precoce dos doentes, bem como no rastreio dos contactos.
O ancião, regressado de Portugal em Fevereiro último (altura em que naquele país ainda não se falava de casos de infecção pela pandemia), faleceu tão logo deu entrada no centro de tratamento.
De acordo com o secretário de Estado, padecia de várias complicações, com destaque para doença pulmonar obstrutiva crónica.
Franco Mufinda confirmou, também, a infecção pelo novo coronavírus de uma enfermeira de 25 anos, de um dos centros privados de tratamento da pandemia em Luanda, salientando tratarse de um caso de transmissão local. O país conta actualmente com 50 casos positivos confirmados, dos quais três óbitos, 17 recuperados e 30 activos em situação clínica estável.
Franco Mufinda informou que existem 22 casos de transmissão local, faltando concluir se a morte do ancião de 82 anos pode ser considerada de transmissão local ou o primeiro caso de contágio comunitário.
Sublinhou que o Centro Integral de Segurança Pública (CISP) registou 66 chamadas, sendo uma denúncia de violação ao Estado de Emergência, um alerta e as restantes de informação.
De acordo com o secretário de Estado, nas últimas 24 horas foram colhidas 6.605 amostras, das quais 50 positivas e 6.008 negativas, estando 547 em processamento. Foram ainda investigados até a data 442 casos suspeitos, 1.176 contactos sob investigação, enquanto 1.214 cidadãos permanecem em quarentena institucional, concedidas nove altas, sendo seis em Cabinda, uma no Cuando Cubango, e duas na Lunda-Norte.
O secretário de Estado para a Saúde Pública apelou para o reforço da formação dos profissionais da saúde em matéria de cuidados intensivos, vigilância epidemiológica e gestão de casos. Confirmou a aquisição até ao momento de 70 toneladas de diversos meios de biossegurança e outros equipamentos para aumentar a capacidade de resposta à pandemia.
Franco Mufinda informou que foram feitas formações, desinfecções e colheitas de amostras nas províncias do Bengo, Cuanza-Norte, Cunene, Huambo, Uíge, Lunda-Norte e Lunda-Sul.