Autoridades sanitárias impõem cerca sanitária à comuna de Massábi
A comuna de Massábi, município de Cacongo, que limita a província de Cabinda e a cidade congolesa de PontaNegra, região de Kouilou, está sob cerca sanitária, desde sábado, imposta pelas autoridades locais no quadro das medidas de prevenção e contenção do novo coronavírus.
A pretensão das autoridades ė que o período da cerca sanitária dure 14 dias até a obtenção dos resultados das amostras a serem recolhidas pelos técnicos e submetidas a exames laboratoriais na capital do país.
As barreiras de contenção limitam a circulação de pessoas, num perímetro de cerca de 40 quilómetros, no troço que liga as aldeias de Bítchekete à sede da comuna e à zona da fronteira que separa Angola e a República do Congo Brazzaville.
A reportagem do Jornal de
Angola constatou que, desde sábado, a área está interdita, quer para a entrada, quer para a saída de pessoas de Massábi para a vila de Lândana, capital do município de Cacongo.
A medida deve-se ao registo de 17 casos positivos da Covid-19 nos dias 13 e 15 de Maio de 2020, no campo petrolífero do Kumdji, localizado a 79 km da cidade congolesa de Ponta Negra, Distrito de Tchiamba-Nzassi.
No campo petrolífero operam a Sociedade Nacional de Petróleo do Congo (SNPC) e os parceiros ORIEN OIL e ENI Congo.
A Comissão provincial para a Implementação do Plano de Contingência, Controlo e Respostas à Pandemia da Covid19, através de uma nota assinada pelo seu coordenador, Alberto Paca, a que o Jornal
de Angola teve acesso, refere que dos 17 casos positivos, 5 são membros das Forças Armadas Congolesas (FAC) que fazem o asseguramento aos campos e os outros 12 elementos são da empresa ango-congolesa de segurança denominada de SOMAC.
Entre os 12 elementos da
SOMAC, de acordo com o documento, nove residem nas localidades de Tchintazi e Chiminzi, aldeias muito próximas da comuna de Massábi, município de Cacongo, que tiveram contactos directos com familiares, antes da realização dos testes.
Estas localidades são frequentadas por efectivos das FAA e cidadãos angolanos, através de acessos por picadas clandestinas, também chamadas “caminhos fiote”, sendo igualmente vias tradicionais de imigração ilegal e tráfico de combustível.
Com este cenário, as autoridades sanitárias locais temem que haja "suspeita de contágio, quer aos efectivos das forças de defesa, segurança e policiais destacados no limite de fronteira, quer às populações residentes nas aldeias da comuna de Massábi."
A situação, que está a deixar preocupada as autoridades sanitárias, foi já comunicada à Comissão Interministerial que faz deslocar hoje uma equipa técnica para fazer a colecta de amostras para exames laboratoriais na capital do país.
Como medida de segurança e de prevenção contra a Covid-19 e, atendendo a perigosidade que a situação impõe, a Comissão Provincial para a Implementação do Plano de Contingência da Covid-19 fez deslocar, ontem, para a Comuna de Massábi, uma comissão de trabalho integrada por elementos da Comissão Provincial de Vigilância Epidemiológica, da Inspecção Provincial da Saúde, dos Serviços de Saúde do Comando da Região Militar Cabinda e da Administração Municipal de Cacongo para avaliar a situação.
A equipa, reforçada com técnicos provenientes de Luanda, vai proceder a recolha aleatória de amostras a 20 elementos das forças de asseguramento da fronteira (entre militares das FAA e efectivos da Polícia Nacional) e a igual número de habitantes das aldeias localizadas ao longo da fronteira.