Número de pessoas que atravessa a Ilha do Mussulo baixa para 400
O sector dos transportes, que inclue taxistas, moto-táxis e marinheiros, reclama da falta de clientes durante o Estado de Emergência
O número de pessoas que agora entra e sai da Ilha do Mussulo, por dia, pelo Embarcadouro do Capossoca, em Luanda, diminuiu para 400. Antes das medidas baixadas para combater a disseminação da Covid-19, faziam-no mais de mil, de acordo com o chefe dos marinheiros, Lúcio Tshilongo.
Chefe dos marinheiros há oito anos, Lúcio Tshilongo vive na Ilha do Mussulo há 32 anos, na zona do Trior. Ele explicou que, normalmente, trabalham com 45 barcos, mas, neste momento, por causa do Estado de Emergência, utilizam oito por dia, de forma intercalada.
Referiu que a queda da procura tem prejudicado o rendimento dos marinheiros, que antes estavam habituados a transportar 12 pessoas, mas agora ficaram reduzidos a seis. A rota habitual dos marinheiros é feita da zona da Língua até ao Cambache. Com a compra da gasolina e do óleo, os custos operacionais ficam a 6.500 kwanzas, o que faz descer a renda.
"Por amor à profissão, todos continuamos a fazer o nosso trabalho normalmente, sem subir os preços. A intenção é também ajudar a população neste período".
Lúcio Tshilongo referiu que, até ao momento, o Embarcadouro do Capossoca não tem registo de passagem de turistas. Mas, há dias, receberam informações de que algumas pessoas atravessaram a ilha, por via terrestre, de carro. Por isso, alertam os órgãos competentes para estarem atentos a esta situação.
“Os passageiros não residentes que passam pelo embarcadouro são aqueles que apresentam credenciais, entram e saem normalmente, para trabalhar dentro ou fora do Mussulo”, disse.
Meia lotação
Paulo Cristóvão, 43 anos, vive na Samba, com mulher e quatro filhos. O marinheiro do Embarcadouro do Capossoca há dois anos contou à nossa reportagem que, desde que foi decretado o Estado de Emergência, tem levado apenas seis passageiros, quando em situação normal transporta 12.
O marinheiro disse que, nesta altura, tem levado sobretudo moradores do Mussulo, que saem da ilha para fazer compras e outros que trabalham na cidade e vice-versa. A corrida fica por 500 kwanzas e os serviços começam às 6 horas e terminam às 17. A facturação por dia, nesta fase, pode chegar aos 15 ou 20 mil kwanzas.
Chefe dos marinheiros há oito anos, Lúcio Tshilongo vive na Ilha do Mussulo há 32 anos, na zona do Trior. Ele explicou que, normalmente, trabalham com 45 barcos, mas, neste momento, por causa do Estado de Emergência, utilizam oito por dia, de forma intercalada