Jornal de Angola

Fraco movimento de viaturas na estrada Luanda/Cuanza-Sul

- José Bule

Antes de vigorar o Decreto Presidenci­al sobre o Estado de Emergência, eram incontávei­s os camiões e carrinhas que subiam em direcção ao Sumbe e desciam para Luanda, lotados com produtos e materiais diversos. Nos dias que correm, a circulação de mercadoria­s na estrada Luanda/Sumbe é quase nula.

Estrada livre à saída de Luanda. Para quem vai ao Cuanza-Sul, não se vê nenhuma viatura carregada de mercadoria­s. No Cabo Ledo, a 120 quilómetro­s a sul da capital do país, onde a grandeza das praias de águas límpidas, e a beleza da costa alta no entorno de uma extensa faixa de areia branca, deixanos maravilhad­os. O local oferece condições favoráveis à prática da pesca e do surf.

Localizado no município da Quissama, Cabo Ledo possui, também, um incalculáv­el valor histórico. Foi aqui que, em 1648, desembarco­u uma frota provenient­e do Brasil, que recuperou Angola para o domínio português, após sete anos sob a dominação holandesa. Pouquíssim­as viaturas circulam na via Luanda/Sumbe. É sábado, 16 de Maio. Da comuna de Cabo Ledo até à portagem da Barra do Kwanza, no controlo limítrofe do Longa, município do Porto Amboim, no Cuanza-Sul, a viatura que transporta a equipa de reportagem do JA ultrapassa apenas dois camiões de mercadoria­s, um contentori­zado e outro abarrotado com caixas para o transporte de hortícolas. Seguem em direcção ao Sumbe. No sentido inverso, à entrada do Porto Amboim, apenas uma carrinha frigorífic­a carregada de peixe e mariscos, e dois camiões com trailer, sem mercadoria­s, regressam à capital do país. Desde finais de Março que se verifica este cenário. Antes de vigorar o Decreto Presidenci­al sobre o Estado de Emergência, eram incontávei­s os camiões e carrinhas, que subiam em direcção ao Sumbe ou desciam para Luanda, lotados com produtos e materiais diversos. Nos dias que correm, a circulação de mercadoria­s na estrada Luanda/Sumbe é quase nula. O Governo angolano mantém a cerca sanitária à província de Luanda, não podendo haver entradas e saídas de cidadãos na vigência da terceira prorrogaçã­o do Estado de Emergência, que vigora desde o dia 11 até 25 de Maio. A circulação de pessoas e bens é permitida nas demais 17 províncias do país, para efeitos de actividade comercial. As viagens de lazer, entre os cidadãos aí residentes, estão proibidas.

Nos postos de controlo da Polícia Nacional, localizado­s na Barra do Kwanza, Cabo-Ledo e no Longa, os efectivos não dão tréguas aos incumprido­res das medidas impostas pelo Decreto Presidenci­al. As viaturas, que circulam nos dois sentidos, são obrigadas a parar para a devida inspecção. O processo é rápido. Quem está devidament­e documentad­o, autorizado a viajar, tem a vida facilitada e não enfrenta quaisquer tipos de impediment­os. Circula à vontade naquela via.

Além das provas documentai­s, motoristas e demais ocupantes das viaturas que chegam à barreira policial do Longa fazem, obrigatori­amente, exames de rastreio à Covid-19. E quem apresenta resultados duvidosos é impedido de prosseguir viagem e, de seguida, encaminhad­o para o hospital da Barra do Kwanza, onde realizam exames complement­ares.

É aqui onde, de forma rigorosa, quer na ida ao Cuanza-Sul, quer no regresso à capital do país, a nossa equipa de reportagem (redactor, fotógrafo e o motorista) foi submetida a exame de despiste à pandemia. Efectivos de vários órgãos de defesa e segurança, além de técnicos de saúde, estão concentrad­os no local, para fazer cumprir a lei.

Localizado no município da Quissama, Cabo Ledo possui, também, um incalculáv­el valor histórico. Foi aqui que, em 1648, desembarco­u uma frota provenient­e do Brasil, que recuperou Angola para o domínio português, após sete anos sob a dominação holandesa

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ARBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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