Mulheres e crianças deambulam sem máscaras
As províncias de Angola são consideradas ricas em produção alimentar. Quem sai do interior para Luanda, dificilmente não trás alimentos colhidos dos campos agrícolas, como a mandioca, kizaca, batata-doce e rena, bananapão ou de mesa, limão, laranja, maracujá, entre outros produtos. O que não é bom é a forma como as mulheres e crianças, em várias localidades do interior do país, se confinam num mesmo local e sem protecção.
Não usam máscaras, e nem queremsaberdodistanciamentosocial. Ficam muito juntos e apertados, apesar de estarem informados dos riscos de contaminação pela Covid19, que afecta o nosso país e o mundo. Muitos acreditam que a doença vai ficar apenas em Luanda. “Estamos todos bem. Aqui não temos nada disso”, disse Felismina Vasco, que tem a bebé ao colo.
Jó, um menino de apenas 12 anos, comercializava maruvu ao lado de outros menores. No rosto, apresenta hematomas que pode ser resultado de picadas de abelhas. É da boca da companheira de bancada do rapaz, que ficamos a saber que o mesmo padece com uma infecção no sangue.
Questionado, limitou-se a confirmar o que disse a amiga, embora nunca tenha sido levado ao hospital. “Foi um médico que passou aqui e me disse”, explica.
Apesar de vários argumentos sobre as formas de contaminação da Covid-19, notámos com preocupação a forma como os populares de algumas aldeias espalham a farinha de bombó ao longo do asfalto, para a secagem. A agricultora Marta Domingos disse que, essa prática remota há anos. “Nós sempre secamos o bombó no chão. Essa doença só veio agora e está em Luanda”, justifica.