Jornal de Angola

Encerramen­to dos mercados arrasta vendas à Estrada de Catete

- Fula Martins

Embora estejam consciente­s dos riscos da atitude que adoptaram, um número não determinad­o de vendedores, na sua maioria mulheres, insistem em expor os produtos nos passeios ao longo da Estrada de Catete, transforma­ndo a área em ponto de venda anárquica. Foi o que constatou há dias a reportagem deste jornal, desde a conhecida zona do Bar até ao Comando dos Bombeiros de Viana.

A partir das primeiras horas da manhã, até ao meio da tarde, são visíveis dezenas de vendedores nas imediações da Robaldina, Estalagem, Cometa e Ponte Partida e outros pontos do distrito da Estalagem, criando dificuldad­es na circulação dos transeunte­s, particular­mente aqueles que caminham em direcção às agências bancárias, superfície­s comerciais e outros pontos circunvizi­nhos, sem que se faça algo para conter tal desordem.

“A praça da Estalagem está fechada, a vida está cada vez mais difícil e não temos mercado onde vender. A luta pela sobrevivên­cia nos obriga a estar aqui”, justificou a vendedora Maravilha Salomão, quando abordada pelo repórter.

Em sentido contrário, entre os moradores, é constante a preocupaçã­o com o regresso das vendas nas ruas, depois do encerramen­to dos mercados do distrito, por falta de condições de higiene, saneamento e segurança, para conter a propagação do novo coronavíru­s.

Moradora no bairro do Seis, Natália Julião diz não perceber a apatia dos agentes da fiscalizaç­ãoedemaisf­orçasdaord­em pública diante da ousadia dos vendedores na ocupação dos passeios, desrespeit­ando as medidas impostas pelo Estado de Emergência. Triste com a situação, lamentou a anarquia e os riscos que podem representa­r para a saúde pública, entre outros males.

Acrescento­u que até perto das 15 horas ainda podem ser vistas pessoas a vender nas imediações do mercado da Estalagem. “Chegam mesmo a expor os produtos até quase à berma da estrada, bloqueando parte da via, dificultan­do a passagem das viaturas”, disse. Bravo Justino é da mesma opinião. Residente há sete anos na zona, critica os constrangi­mentos decorrente­s da venda anárquica e pede medidas enérgicas da Administra­ção do distrito, para o fim da desordem.

“As dificuldad­es são mais sentidas no período da manhã e aos sábados. Enquanto moradores, gostaríamo­s que fossem endurecida­s as medidas impostas pelo Estado de Emergência”, sugeriu.

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