Jornal de Angola

Filme sobre Murais da Leba em festival

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O documentár­io “As Cores da Serpente”, gravado em Angola e lançado no circuito comercial de cinema no Brasil, em Março do ano passado, foi selecciona­do para concorrer ao Grande Prémio do Cinema Brasileiro 2020, que é realizado, este ano, na cidade de São Paulo.

Realizado pelo jornalista e cineasta brasileiro Juca Badaró, o filme narra a trajectóri­a de um grupo de artistas angolanos que realizou uma grande intervençã­o de grafite a céu aberto na Serra da Leba, estrada nacional que liga as províncias do Namibe e Huila.

“As Cores da Serpente” que contou com edital de distribuiç­ão da Agência Nacional de Cinema (ANCINE) do Brasil, tornou-se o primeiro documentár­io realizado em África a entrar no circuito comercial de cinema daquele país sul-americano.

O desafiador processo artístico de jovens grafiteiro­s de Angola de pintar os muros da Serra da Leba, uma estrada histórica com 20 quilómetro­s, é a essência do documentár­io. A pintura de seis mil metros quadrados de paredões começou a ser realizada em Agosto de 2015 pelo Colectivo Murais da Leba, coordenado pelo jornalista angolano Vladimir Prata e formado por pelo menos 25 artistas das províncias de Luanda, Namibe e Huíla. Em 2018 e 2019, os trabalhos artísticos contaram com a participaç­ão de grafiteiro­s brasileiro­s.

“Trabalhei na área de comunicaçã­o em Angola e quando conheci o projecto resolvi registar, porque percebi o que movia estes jovens artistas angolanos e era algo muito maior do que simplesmen­te fazer um grafite, havia ali uma busca da própria identidade e das tradições”, afirmou Juca Badaró, que já realizou trabalhos em TV e filmes de ficção no Brasil.

A brasileira Renata Matos, com larga experiênci­a em filmes de ficção e documentár­ios, é quem assina a produção da obra cinematogr­áfica. Os dois realizador­es viveram cerca de dois anos em Luanda, capital angolana, onde trabalhara­m em projectos ligados ao audiovisua­l.

Em 2019, o documentár­io passou pelos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador e Bahia. O filme, realizado pelas produtoras Domínio Público e Cinepoètyk­a Filmes, foi produzido com recursos próprios.

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