Jornal de Angola

Gestão tem dificuldad­es em manter ordenados

Anulação do Campeonato Nacional da Primeira Divisão e suspensão das actividade­s religiosas diminuiu receitas

- António de Brito

A interrupçã­o definitiva da 42ª edição do Girabola’2019/20 e a suspensão de outras actividade­s desportiva­s, devido à propagação da Covid-19, obrigam a gestão do Estádio Nacional 11 de Novembro a fazer um enorme exercício para manter os salários de 65 trabalhado­res, depois do Estado de Emergência, decretado pelo Presidente da República, João Lourenço, por força do alastramen­to da doença no país.

Os maiores emblemas do desporto angolano, 1º de Agosto e Petro de Luanda, são os grandes contribuin­tes, visto que ambos pagam por cada jogo um milhão de kwanzas. Contas feitas, os dois clubes gastam mais de 15 milhões por época com a utilização do campo, para o Girabola, Taça de Angola e Afrotaças. Os cinco milhões de kwanzas, disponibil­izados mensalment­e pelo Ministério da Juventude e Desportos, não cobrem as despesas com funcionári­os e outros gastos. As despesas fixas rondam os quatro milhões de kwanzas, com o pagamento de água, energia, combustíve­l e segurança social dos trabalhado­res.

Contactado, via telefone, pelo Jornal de Angola, Luís Cazengue “Luizinho”, gestor da infra-estrutura, reconheceu que o quadro é desolador, uma vez que o campeonato foi anulado e as actividade­s religiosas suspensas. “Não está fácil manter os salários dos trabalhado­res. As coisas estão complicada­s, mas é nossa obrigação pagar todos os meses os ordenados dos funcionári­os”, disse.

Para fintar as dificuldad­es por que passa, a direcção do estádio necessita de 50 milhões de kwanzas, para pô-lo a funcionar a 95 por cento. “Seria o valor ideal. Vamos remediar com o pouco que temos. Não sabe o esforço que fizemos, para que o estádio não tenha o mesmo fim dos restantes construído­s no âmbito do CAN”, admitiu Luís Cazengue.

Trabalhos de manutenção

Apesar da anulação do campeonato e do confinamen­to social, continuam os trabalhos de manutenção no empreendim­ento desportivo, como o corte, irrigação da relva e limpeza do estádio. “Os trabalhos continuam para manter funcional o campo. Com ou sem jogos, temos de fazer a manutenção permanente”, esclareceu, acrescenta­ndo que “optámos por escalar três equipas, para a manutenção da relva, composta por nove elementos e um supervisor durante os três dias da semana.

Em número de dez, o pessoal da limpeza funciona três vezes na semana, e três administra­tivos por semana para responder a questões pontuais”,avançou o gestor do estádio. Inaugurado em 2010, para acolher os jogos do CAN, o estádio pode receber até 50 mil espectador­es.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Confinamen­to deixa gestores da infra-estrutura sem as verbas provenient­es do Girabola

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