Hoje é o Dia da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento
Ao assinalarmos hoje, 21 de Maio, o Dia Mundial da Diversidade Cutural para o Diálogo e o Desenvolvimento, muitas questões se levantam acerca do futuro da Humanidade após a Covid-19.
Governantes e políticos surpreendem a cada dia com as suas medidas, mas também com as iniciativas e atitudes, enquanto, entre os demais cidadãos, nomeadamente os internautas, mostram-se confusos diante de tanta desinformação, acusações e afirmações.
Algumas das coisas que se ouvem e que se dá notícia revelam-se oportunas para muitos cépticos fazerem passar as suas previsões do fim do Mundo. Foi assim com as declarações do sociólogo norte-americano Jeremy Rifkin, que, em entrevista ao site “The Conversation”, disse que a Humanidade está diante de uma ameaça de extinção, de que a Covid-19 é mais um alerta. Após esta pandemia, “nada voltará ao normal novamente. Esta é uma chamada de alerta em todo o planeta. O que temos que fazer agora é construir as infraestruturas que nos permitam viver de uma maneira diferente”, afirmou.
Ele defende que, na sociedade, as transformações têm de “começar com a maneira como organizamos a nossa economia, a nossa sociedade, os nossos governos, por mudar a maneira de estar neste Planeta”. A actual civilização é a dos combustíveis fósseis e há 200 anos ela é baseada na exploração da Terra. “Nós somos o planeta da água, o nosso ecossistema emergiu e evoluiu ao longo de milhões de anos graças à água. O ciclo dela permite-nos viver e desenvolver”, anuiu o socólogo, para quem “As mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global e pelas emissões de CO₂ alteram o ciclo da água na Terra”.
O diálogo entre povos e culturas diferentes, como factor de desenvolvimento, é abalroado por declarações, sem qualquer fundamento científico, que fomentam o ódio entre raças, credos e culturas. Celebrado desde 2002, o Dia Mundial da Diversidad Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, uma maneira de incitar as organizações e pessoas de todo o mundo a respeitar as diferentes formas de viver que as sociedades constroem ao longo da história, seguese à Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural, aprovada no ano anterior por 185 Estados-Membros.
O documento representa o primeiro instrumento de definição internacional destinado a preservar e promover a diversidade cultural e o diálogo intercultural. No artigo 27, a Declaração refere que toda a pessoa tem direito a fazer parte da vida cultural da comunidade, aproveitar as artes e participar do progresso científico.
Assinalar a diversidade cutural tem como obejtivo realçar osconceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade e variedade. Ao contrário do que propagam certas correntes religiosas e tendências políticas, a importância da diversidade é vista também pelo lado da comunhão de contrários.
Estudiosos e organizações internacionais de cultura, saúde, migrações e desenvolvimento humano, enfim, defendem que o diálogo e a tolerância são o caminho para o progresso da Humanidade. Eles frisam que a diversidade cultural é complicada de quantificar, mas consideram uma boa indicação pensar numa contagem do número de línguas faladas numa região ou no mundo como um todo.
Embora haja na comunidade científica consenso em relação à origem do homo sapiens no continente africano, isso há cerca de 200 mil anos, a importância do diálogo para o desenvolvimento da Humanidade é rejeitada por algumas pessoas, por diversas razões, a primira das quais é que a maioria das questões evolutivas são difíceis de provar.
Também se considera anti-ético conservar sociedades “menos desenvolvidas”, sob o risco de estas negarem os benefícios dos avanços tecnológicos e médicos, além de convicções religiosas, que procuram impôr aos demais um único modelo de sociedade e de fé, o que está na base dos conflitos religiosos.
Entretanto, sem que se promover a diversidade e o diálogo intercultural, a porta para a instalação de conflitos estará sempre aberta. E nesta época de pandemias, a única saída para a Humanidade é que os homens dialoguem, com base no respeito pela diversidade. A convicção é de que, sendo aparentemente diferentes, somos todos iguais. E que só aceitando isso, seremos todos melhores.