Mais envolvimento das universidades
do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), Filomeno Fortes, pediu aos governos dos países africanos lusófonos mais envolvimento das universidades no combate à pandemia de Covid-19 e acesso aos dados sobre a doença.
“Há necessidade de um maior envolvimento da academia dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). O apelo seria que os políticos procurassem trabalhar mais estritamente com a academia, que é fundamental nesta fase, para evitar 'fake news' e identificar as boas práticas”, disse Filomeno Fortes, em entrevista à agência Lusa.
O responsável do IHMT e especialista em saúde pública assinalou que, em regra, existe nos governos uma separação entre as áreas da ciência e tecnologia, onde se encontram as universidades, e da saúde e pediu, por isso, um trabalho mais próximo dos dois sectores.
“Há necessidade de uma ligação entre os serviços de ciência e tecnologia e os serviços de saúde, mas tem de ser uma ligação real. Não pode haver dificuldades, por exemplo, no acesso aos dados”, disse.
“Se a academia não tiver acesso aos dados e às equipas de terreno, vai ser difícil implementar estudos de investigação”, acrescentou.
O Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) criou, em parceria com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), uma plataforma 'online' para reunir conteúdos científicos em português sobre a pandemia de Covid-19, o Centro de Informação COVID 360/IHMT/NOVA/CPLP.
Está ainda a trabalhar com os países da África lusófona na realização de estudos simultâneos sobre o novo coronavírus.
Interacção
O IHMT/NOVA, que é observador consultivodaCPLP,quer,através da plataforma, fomentar a interacção com técnicos e especialistas do espaço Lusófono, emespecialdospaísesafricanos, facultar ferramentas de apoio aos seus planos de contingência e disponibilizar informação científica actualizada.
A organização tem também vindo a realizar uma série de seminários virtuais sobre a pandemia, que tem como público-alvo os profissionais de saúde e investigadores dos países lusófonos.
O próximo evento está marcado para hoje e vai abordar o aparecimento e desenvolvimento da pandemia na Ásia e Europa. Para 29 de Maio, está prevista nova sessão, esta dedicada ao aparecimento e desenvolvimento da pandemia na África lusófona.