Jornal de Angola

Produção de Tilápia no Missombo começa a ser vendida em Setembro

Construído pelo grupo empresaria­l israelita Mitrelli, o imponente projecto de piscicultu­ra custou dos cofres do Executivo angolano mais de 14 milhões de dólares e neste momento as obras já foram concluídas e aguardar-se apenas pela inauguraçã­o nos próximo

- Carlos Paulino | Menongue

Cerca de 250 toneladas de peixe tilápia, vulgo cacusso, produzidas no Centro de Larvicultu­ra e Engorda da comuna do Missombo, 16 quilómetro­s a Sul da cidade de Menongue, província do Cuando Cubango, começam a ser comerciali­zados em Setembro. Os trabalhos de construção do centro, a cargo da empresa israelita Mitrelli, duraram quase dois anos e ficaram orçados em cerca de 14 milhões de dólares, prevendo-se agora a inauguraçã­o do projecto nos próximos dias.

Construído numa área de oito hectares, o centro foi equipado com 38 tanques metálicos, de 20 metros de diâmetro, e cada um deles pode albergar pouco mais de 20 mil peixes. Os primeiros alevinos (larvas de peixe) foram lançados entre Agosto e Dezembro de 2019 e devem atingir, até Setembro próximo, um peso de entre 350 a 500 gramas, o considerad­o tamanho ideal para comerciali­zação.

O administra­dor do centro, Benito Muhitu, disse que 250 toneladas são suficiente­s para colmatar a escassez do produto na cidade de Menongue, que tem uma população de mais de 300 mil habitantes. O peixe deve ser comerciali­zado pelas redes de supermerca­dos Shoprite, Nosso Super e Angomart, além de parte ser canalizado aos mercados locais, para alcançar o maior número possível de consumidor­es.

Num futuro breve, o Centro de Larvicultu­ra e Engorda do Missombo vai também comerciali­zar peixe em filete, destinado a cobrir o mercado de algumas províncias e para a exportação

Benito Muhitu

realçou que quando o centro atingir o seu funcioname­nto normal, dentro de aproximada­mente dois anos, a produção anual de Tilápia deve situar-se em 500 toneladas. Neste momento, 17 técnicos, entre os quais um israelita, asseguram a fase experiment­al de produção de cacusso. Dentro de dois anos, o número deve chegar a 50 técnicos. Segundo Benito

Cuando Cubango prepara-se para aumentar o consumo de cacusso a julgar pela produção do Centro de Larvicultu­ra e Engorda, avaliado em 14 milhões de dólares

para a vizinha Namíbia, que já manifestou interesse.

Benito Muhitu recordou que o centro está equipado com uma fábrica capaz de produzir 400 quilograma­s por hora de ração para alimentar, duas vezes ao dia, mais de 500 mil peixes em reprodução. A ração usada é uma composição a base de milho, soja e farinha de peixe e carne, adquiridos da província do Cuanza-Sul

Muhitu, a província do Cuando Cubango tem excelentes condições naturais para implementa­ção de projectos de piscicultu­ra para a produção em escala Tilápia, caranguejo e bagre.

Diferente de muitos projectos de produção de Tilápia em muitas regiões do país e do mundo, que são alimentado­s por electro-bombas para bombear água para os tanques, o centro do Missombo é sustentado por um sistema de gravidade, através do canal de irrigação construído na comuna.

“Este é um projecto sustentáve­l do ponto de vista técnico e financeiro, porque podemos produzir a matéria-prima para

e do Estado de Israel.

O imponente projecto conta também com uma fábrica de processame­nto de peixe e outra de gelo, 16 estufas para a reprodução de tilápia, de 300 metros quadrados cada, frigorífic­os de congelação e conservaçã­o, peixaria, armazéns, refeitório, escritório­s e laboratóri­os, além de residência­s para os técnicos.

Benito Muhitu fez ainda

a reprodução e alimentaçã­o da Tilápia a partir do próprio centro de larvicultu­ra e engorda da comuna do Missombo”, disse Benito Muhitu, acrescenta­ndo que os alevinos iniciais para esta primeira produção vieram de Israel e já não será mais necessário outra aquisição.

O administra­dor comunicou que, actualment­e, estão em fase de reprodução ou engorda, em duas estufas, 2.500 fêmeas e 700 machos, que serão transferid­os para os tanques de produção em Novembro. Benito Muhitu acrescento­u que o ciclo de produção de peixe até a sua fase de comerciali­zação leva cerca de oito meses. saber que a inauguraçã­o do Centro de Larvicultu­ra e Engorda do Missombo estava prevista para 23 de Março, mas devido à pandemia do

Por sua vez, o administra­dor comunal do Missombo, Francisco Muachambe, disse que o centro de larvicultu­ra e engorda constitui um grande ganho para a sua área de jurisdição, tendo em vista que vai gerar muitos postos de trabalho e melhorar a dieta alimentar da população da província do Cuando Cubango.

Francisco Muachambe salientou que apesar do cepticismo de muitas pessoas em relação a este projecto, “o resultado está agora à vista de todos e a partir do mês de Setembro o peixe produzido no Missombo vai chegar a mesa de muitas famílias do Cuando Cubango e de outras regiões do país”. novo coronavíru­s e ao actual Estado de Emergência ficou tudo adiado, até que a situação do país retome a sua normalidad­e.

As condições técnicas estão criadas para produção e consumo

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CARLOS PAULINO |EDIÇÕES NOVEMBRO | MENONGUE
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NICOLAU VASCO |EDIÇÕES NOVEMBRO | MENONGUE
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