Jornal de Angola

“As negociaçõe­s petrolífer­as são conduzidas nos bastidores”

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Quais são os benefícios da participaç­ão na AIEA?

O país tem recebido assistênci­a técnica da AIEA, para a execução de projectos concretos em Angola. Podemos destacar o estabeleci­mento de um Laboratóri­o Secundário de Dosimetria Padrão e do Laboratóri­o Nacional de Análise de Radioactiv­idade Ambiental, o estabeleci­mento de Programas de Medicina Física e Radioterap­ia no Instituto Angolano de Controlo do Cancro e a recuperaçã­o da Unidade de Produção de Vacinas e Monitorame­nto da Imunidade Animal Activa. Mais recentemen­te, procedemos à assinatura do Programa-Quadro para Angola (CPF), referente ao período de 20192023, focado nas áreas da energia, saúde humana, alimentaçã­o e agricultur­a, aplicações industriai­s, segurança radiológic­a e planeament­o energético, no cumpriment­o do mandato da AIEA, para assegurar o uso da energia nuclear para fins pacíficos e contribuir para o desenvolvi­mento económico dos Estados Membros e o bem-estar das suas populações.

Ainda nesse domínio, recordamos que Angola ratificou, recentemen­te, vários instrument­os jurídicos internacio­nais ligados à AIEA, com destaque para a Convenção sobre a Protecção Física de Material Nuclear e sua Emenda de 2005, faltando apenas o seu depósito junto da AIEA.

Em relação à UNIDO, apesar da apatia que se registou nos últimos anos, por força da saída dos Estados Unidos da América da organizaçã­o, temos acompanhad­o com bastante satisfação os esforços da sua direcção, com vista o seu reposicion­amento no seio das Organizaçõ­es Internacio­nais e concomitan­temente, o alcance de importante­s metas relativas ao desenvolvi­mento industrial, plasmadas na Agenda 2030 da ONU sobre os Objectivos do Desenvolvi­mento Sustentáve­l.

A UNIDO atribui actualment­e uma importânci­a singular à cooperação com o continente africano, com o qual possui um amplo programa de desenvolvi­mento industrial, denominado Terceira Década do Desenvolvi­mento Industrial em África (IDDA III), e é um dos principais impulsiona­dores da Zona de Livre Comércio Continenta­l em África, como ficou patente na Conferênci­a Internacio­nal de Tóquio sobre o Desenvolvi­mento de África, realizada em Agosto de 2019. Angola participou com uma delegação de alto nível, chefiada pelo Presidente da República.

E sobre a cooperação com a OPEP, num contexto de crise petrolífer­a?

Sobre a OPEP, pela especifici­dade do mandato desta organizaçã­o internacio­nal e pelo seu carácter estratégic­o, vocacionad­o para a regulação do mercado petrolífer­o, a principal fonte de receitas do Orçamento Geral do Estado, esta missão diplomátic­a, em coordenaçã­o estreita com as autoridade­s centrais, mormente o Ministério dos Recursos Naturais e Petróleos, tem acompanhad­o algumas negociaçõe­s que se desenrolam na sede, em Viena, bem como apoiado as diversas delegações nacionais que se deslocam para este fim. Todavia, como a imprensa nacional e internacio­nal tem acompanhad­o, estas negociaçõe­s são muitas vezes conduzidas nos bastidores dos grandes produtores mundiais.

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