Melhores professores
Sou estudante universitário, a fazer a segunda licenciatura, aqui em Angola e acho que temos bons professores, independentemente daqueles que precisam de mais e melhor agregação pedagógica. Em tempos, a ministra do Ensino Superior disse que “as universidades devem ter os melhores professores”, numa alusão à necessidade de as instituições do topo da cadeia do ensino recrutarem apenas e somente os melhores.
Escrevo esta carta para defender que o Estado devia criar condições para que, para o ensino superior, público e privado, fossem criadas numerosos e draconianos critérios para evitar determinadas situações. Tivemos um período em que o acesso ao ensino universitário foi uma espécie de prenda que alguns alunos recebiam das instituições em que estudaram, algumas vezes fruto de algum compadrio e parentesco. Um determinado indivíduo abriu ou associou-se aos demais e criaram uma instituição de ensino superior e daí para a contratação de familiares para lá leccionar foi um passo.
Acho que deviam ser tomadas medidas mais restritivas para inviabilizar que pessoas, inclusive com idoneidade duvidosa, tivessem acesso ao ensino superior para lá funcionarem como docentes. Acho que pessoas que socialmente tenham uma conduta reprovável, traduzida aqui por comportamentos que ferem gravemente a moralidade pública, e que sejam visíveis na sociedade, sejam banidas do ensino.
Não servem, independentemente de ser ao nível do ensino superior, uma fase em que há maior liberdade e menos formalismos do ponto de vista de alguns procedimentos ligados à vestimenta, apresentação do cabelo e outros adereços.
Mas em todo o caso, o professor enquanto potencial modelo a ser seguido pelo aluno deve sempre espelhar uma conduta que dignifica o papel de professor em sociedade. Para terminar, espero que os requisitos apertados para entrar na profissão de professor sejam estendidos até aos níveis inferiores e, obviamente, com maior incidência lá em baixo. Em todo o caso e tal como comecei, julgo que mais do que “peneirar” os professores ao nível do ensino superior era bom fundamentalmente que fossem melhor tratados os que se encontram a leccionar. Temos bons professores e é preciso que, independentemente de algumas dificuldades, os bons precisam de ser bem motivados, em vez de serem pesados na mesma balança. Os bons professores deviam ter um tratamento que os dignificasse ao ponto de, por essa via, estimularmos também os outros, aparentemente com mais dificuldade no processo didáctico-pedagógico.
RODRIGUES LUEMBA Lândana