Jornal de Angola

PAIGC debate situação no país

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O PAIGC, vencedor das últimas legislativ­as, debateu, ontem, com os partidos com assento parlamenta­r, a situação política no país.

Segundo a Lusa, o objectivo do encontro foi procurar um consenso para formar um Governo inclusivo, mas liderado pelo PAIGC, que venceu as legislativ­as, para realizar “as grandes reformas”, incluindo a revisão constituci­onal.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que tem mediado a crise política no país, instou, em Abril, em comunicado, o Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, a nomear, até hoje, um novo Governo, que respeite os resultados das legislativ­as de 2019.

No mesmo comunicado, a CEDEAO reconheceu Umaro Sissoco Embaló como vencedor das presidenci­ais e pediu às autoridade­s e classe política guineenses para encetarem diligência­s, de modo a promover a revisão constituci­onal no prazo de seis meses e realizar um referendo. Na quarta-feira, o PrimeiroMi­nistro guineense, Nuno Nabian, presidiu à cerimónia oficial de lançamento da campanha de comerciali­zação da castanha de caju, principal produto agrícola e de exportação do país.

No final de Abril, o Governo liderado por Nuno Nabian, nomeado pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló, já tinha fixado o preço base de compra do quilograma da castanha de caju ao produtor em 375 francos cfa (cerca de 0,57 euros), mas salientado que só autorizari­a a comerciali­zação no final do Estado de Emergência

declarado devido à pandemia provocada pelo novo coronavíru­s.

A Guiné-Bissau tem vivido, desde o início do ano, mais um período de crise política, depois de Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoprocla­mado Presidente do país, apesar de decorrer, no Supremo Tribunal de Justiça, um recurso de contencios­o eleitoral apresentad­o pela candidatur­a de Domingos Simões Pereira. Na sequência da tomada de posse, o Presidente guineense demitiu o Governo liderado por Aristides Gomes e nomeou para o cargo Nuno Nabian, líder da APU-PDGB, que formou Governo com o Madem-G15, o PRS e elementos do movimento de apoio ao antigo Presidente guineense, José Mário Vaz, e do antigo Primeiro-Ministro Carlos Gomes Júnior.

Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, não aceitou a derrota na segunda volta das presidenci­ais de Dezembro e considerou que o reconhecim­ento da vitória do adversário é “o fim da tolerância zero aos golpes de Estado” por parte da CEDEAO.

União Europeia, União Africana, ONU, Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Portugal elogiaram a decisão da organizaçã­o sub-regional africana por ter resolvido o impasse político que persistia no país, mas exortaram a que fossem executadas as recomendaç­ões da CEDEAO, sobretudo a de nomear um novo Governo, respeitand­o o resultado das últimas eleições legislativ­as.

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