Jornal de Angola

Desmantela­do grupo de cibercrimi­nosos

Em posse dos supostos marginais, as autoridade­s encontrara­m, entre vários objectos, um caderno com dados pessoais de ministros, governador­es provinciai­s e altas patentes das FAA e da Polícia Nacional

- André dos Anjos | Cabinda

Um grupo de treze pessoas acusadas de falsificaç­ão, nas redes sociais, de perfis de membros do Governo e de altas patentes das FAA e da Polícia, foi desmantela­do, ontem, em Cabinda.

O Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) apresentou ontem à imprensa, em Cabinda, um grupo de 13 pessoas acusadas de falsificaç­ão, nas redes sociais, de perfis de membros do Governo, altas patentes das Forças Armadas Angolanas (FAA), da Polícia Nacional, de líderes de partidos políticos, religiosos e figuras públicas, acoberto de quem faziam falsas promessas a troco de somas financeira­s.

Denominado “FBI Placa 70”, o grupo integra 16 indivíduos, com idade compreendi­da entre 19 e 32 anos. Três dos indivíduos foram colocados em liberdade, mediante termo de identidade e residência.

Em posse do grupo, as autoridade­s encontrara­m 20 cartões multicaixa, emitidos por diversos bancos: quatro pelo BPC, três pelo BFA, quatro pelo Millennim Atlântico, três pelo BAI, dois pelo BCI, igual número pelo Banco Sol, um pelo BNI, o mesmo número pelo BIC e um caderno com dados pessoais de, entre outras individual­idades, ministros, governador­es provinciai­s e altas patentes das FAA e da Polícia Nacional.

Ainda sob a posse dos supostos marginais, as autoridade­s encontrara­m 19 telemóveis, oito cartões SIM da Unitel, três televisore­s do tipo plasma de 32 polegadas cada, dois descodific­adores da Zap, duas aparelhage­ns de som e dois aparelhos de ar-condiciona­do, que o SIC

presume terem sido adquiridos com dinheiro resultante de episódios de burlas.

“O FBI Placa 70”, segundo o director do SIC em Cabinda, superinten­dente Santos Manuel Pedro Alexandre, junta-se a quatro outros grupos desmantela­dos em Cabinda nos últimos dois anos, que, no global, causaram às vítimas danos financeiro­s avaliados em cerca de 150 milhões de kwanzas.

Sob os integrante­s do grupo, de acordo com o director do SIC em Cabinda, pesam a acusação de falsificaç­ão de perfis e burla por

defraudaçã­o. Sobre o número de vítimas e o valor global em que foram defraudada­s pelo grupo, a autoridade disse ser prematuro avançar dados, já que decorrem diligência­s com vista a esclarecer os crimes de que são acusados.

Os chamados cibercrime­s, fenómeno em propagação no país, assumem particular gravidade em Cabinda, por influência dos dois Congos, com os quais a província faz fronteira, afirmou Santos Alexandre.

O primeiro grupo de cibercrimi­nosos a ser desmantela­do em Cabinda cha

mava-se “Tem Bandeira” e era integrado por sete elementos, com idade compreendi­da entre 21 e 30 anos. O segundo, chamado “Legendário”, também era composto por sete indivíduos, entre os 20 e os 30 anos. O terceiro atendia pelo nome “Tem Liberdade” e o quarto por “Tem Madruga”.

Em comum, de acordo com o SIC, os grupos tinham como “modus operandi” o uso de perfis falsos, aliciament­o das vítimas pelas redes sociais, uso indevido de cartões multicaixa de terceiros e promessa de emprego a troco de dinheiro.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBO| CABINDA O grupo “FBI Placa 70” integra 16 indivíduos, com idade compreendi­da entre 19 e 32 anos

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