Angola agradece a ajuda da China
Ministro das Relações Exteriores teve uma conversa telefónica com o homólogo chinês, com o qual passou em revista vários aspectos ligados à cooperação entre os dois países. Téte António também falou com os homólogos da Índia e da Indonésia
O ministro das Relações Exteriores, Téte António, felicitou a China pela forma como tem gerido a pandemia da Covid-19, e agradeceu a solidariedade para com os países africanos, incluindo Angola, pela ajuda de natureza vária, com destaque para o fornecimento de assistência em biossegurança.
A felicitação e agradecimento foram manifestados durante uma conversa telefónica que o ministro Téte António teve com o homólogo chinês, Wang Yi, com quem passou em revista vários aspectos ligados à cooperação entre os dois países, refere uma nota de imprensa do Ministério das Relações Exteriores (Mirex) divulgada ontem.
O chefe da diplomacia angolana agradeceu, igualmente, às autoridades chinesas o apoio aos estudantes angolanos na cidade de Wuhan, tendo informado o homólogo sobre os esforços do Governo angolano para fazer face à pandemia da Covid-19, bem como as consequências, que requerem meios adicionais.
Durante o diálogo, foi, ainda, abordada a questão da dívida, tendo em conta a actual conjuntura económica mundial. A nota do Mirex não avança mais pormenores sobre este assunto. Refere que o diplomata angolano encorajou o interesse do investimento directo de empresas chinesas, particularmente no sector produtivo, aproveitando o processo de privatizações de 195 empresas públicas desencadeado pelo Executivo.
O processo de geminação de cidades angolanas e chinesas foi, igualmente, discutido na conversa.
O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros deu a conhecer os esforços do seu país no combate à Covid-19 e disse estar a acompanhar, com bastante interesse, a forma como as autoridades angolanas têm gerido a situação da pandemia do coronavírus, sob a liderança do
Presidente da República, João Lourenço.
Wang Yi falou, igualmente, da ajuda do seu país à Angola, realçando que o facto de existirem boas relações bilaterais coloca a China em melhores condições para compreender as dificuldades angolanas.
“Esta e demais razões levaram a China a envidar esforços para ajudar os países africanos, incluindo Angola, apesar da já difícil situação que o país atravessa”, afirmou, acrescentando que “a natureza da nossa parceria criou, igualmente, uma confiança mútua”.
O chefe da diplomacia chinesa prometeu encorajar as empresas chinesas a fazerem o investimento directo em Angola, sobretudo depois da Covid-19, como forma de aprofundar, cada vez mais, a amizade entre os dois povos.
Cooperação com a Índia
Ainda no quadro da agenda diplomática, o ministro das Relações Exteriores teve, também, nos últimos dias, uma conversa telefónica com o homólogo da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, com quem abordou o actual estado da cooperação bilateral, assim como a perspectiva do seu reforço, no âmbito das “boas relações” entre os dois países.
Na conversa, os chefes da diplomacia dos dois países, analisaram e acordaram a necessidade da realização, este ano, da Comissão Bilateral, prevista para Nova Deli, caso a situação da pandemia da Covid-19 o permita, ou por videoconferência. A dinamização das consultas políticas entre os Ministérios das Relações Exteriores de Angola e dos Negócios
Estrangeiros da Índia, que permitirão uma abordagem ampla e precisa das vias e meios à disposição do nosso país, visando a identificação e implementação de projectos concretos de cooperação, adaptados à nova realidade angolana, foi, igualmente, abordada.
Alinhados às metas traçadas no âmbito do plano de diversificação da economia nacional, prevê-se que a cooperação com a Índia seja alargada a sectores chave, como a Agricultura, Ciência e Tecnologia, Saúde e Ciências Médicas, Educação e Indústria Transformadora, tendo em atenção o potencial do país asiático nestas áreas.
O ministro indiano encorajou Angola a aderir ao Tratado da Aliança Internacional Solar, plataforma que permitirá uma combinação de esforços e a mobilização de recursos financeiros a favor do aumento das capacidades da energia solar, limpa e renovável.
A Índia está disposta a albergar, ainda este ano, o Fórum com África.
O processo de geminação de cidades angolanas e chinesas foi, igualmente, discutida na conversa telefónica entre o ministro das Relações Exteriores e o homólogo Wang Yi