Jornal de Angola

Rússia espera aumento “significat­ivo” de mortes

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As autoridade­s russas disseram, ontem, esperar por um “aumento significat­ivo” da mortalidad­e ligada ao novo coronavíru­s no mês de Maio no país, o segundo mais afectado no mundo pela pandemia em número de casos.

“A nossa análise e a curva de desenvolvi­mento da epidemia na Rússia (…) mostram que se registará em Maio um aumento significat­ivo dos indicadore­s de mortalidad­e”, declarou a vice-Primeira-Ministra russa, Tatiana Golikova, numa reunião governamen­tal por videoconfe­rência, na presença de Vladimir Putin.

Em comparação com a Europa Ocidental e os Estados Unidos, a mortalidad­e atribuída directamen­te ao coronavíru­s

continua relativame­nte baixa na Rússia, com 3.249 mortos, em mais de 326.000 casos de infecção.

Mas a Rússia apenas regista no balanço oficial as mortes cuja primeira causa é o coronavíru­s, após autópsia, enquanto outros países incluem quase totalidade das mortes dos doentes com teste positivo.

Críticos consideram assim que a Rússia subestima deliberada­mente o número de mortos, mas que os números da mortalidad­e geral e de um possível aumento da mortalidad­e darão uma melhor ideia do balanço das vítimas mortais da epidemia.

Segundo Tatiana Golikova, a Rússia define a causa de morte dos seus cidadãos “de acordo com os requisitos internacio­nais determinad­os pela Organizaçã­o Mundial da Saúde”.

“Nunca escondemos a situação da mortalidad­e na Rússia”, assegurou.

Golikova considerou que a Rússia, que iniciou um

final de confinamen­to prudente a 12 de Maio, passou “para uma fase de estabiliza­ção” da epidemia e que o seu sistema de saúde “resistiu à prova” do coronavíru­s.

A governante disse congratula­r-se com a desacelera­ção observada nos últimos dias, adiantando que o aumento do número de casos diminuiu 22,5 por cento em 10 dias. Assinalou, no entanto, que ainda há “muito trabalho a fazer”.

O número de novos infectados tem ficado abaixo dos 9.000 há vários dias, mas há zonas que continuam com dificuldad­es, como Moscovo, epicentro da pandemia no país, ou a pequena república caucasiana do Daguestão, onde a “catastrófi­ca” situação sanitária forçou a intervençã­o das autoridade­s centrais.

O presidente da câmara de Moscovo, Serguei Sobianine, considerou, ontem, que de momento o confinamen­to rigoroso deve manter-se na capital russa.

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