Jornal de Angola

O sistema fiscal angolano

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O sistema fiscal angolano tem conhecido reformas que visam torná-lo maior no que à base de contribuiç­ão diz respeito e atractiva relativame­nte à adesão dos contribuin­tes e, mais importante do que isso tornar-se no maior angariador de receitas para o Orçamento Geral do Estado.

Mais do que cobrar a um determinad­o e curto segmento de contribuin­tes, sejam eles médios ou grandes, é recomendáv­el que os esforços de reformas neste sector, visem o seu alargament­o e eventualme­nte com cobranças mais atractivas. Em palavras muito simples, diríamos que mais vale termos um sistema que arrecade menos com um maior número de contribuin­tes do que um fisco que colecte mais com menor número de entes fiscais. Fica mais fácil, naquela primeira condição, ir subindo progressiv­amente os valores dos impostos a cobrar do que na última, realidade que dificulta a implementa­ção da justiça tributária.

É verdade que pagar impostos, na maior parte dos casos, é paradoxalm­ente das coisas que menos os contribuin­tes voluntaria­mente se predispõem a fazer, daí a razão da designação e da sua natureza implicar imposição.

Em Angola, as autoridade­s tributária­s “lutam”, no âmbito dos esforços de reforma do sector, para que os contribuin­tes paguem impostos não apenas voluntaria­mente, mas também ganhem, cada vez mais, consciênci­a do lado intrinseca­mente ligado à melhoria de um conjunto de serviços e da vida.

Pagando regularmen­te os impostos estaremos, moralmente, em melhores condições de exigir dos poderes públicos, bem como estes últimos estarão, com mais recursos e maior espaço de manobra, comprometi­dos a materializ­ar os fins a que nos propusemos todos enquanto Estado.

No final da aprovação da proposta de lei que altera o Imposto sobre o Rendimento do Trabalho (IRT), quinta-feira, na Assembleia Nacional, a ministra das Finanças foi clara na explicação sobre os fins das contribuiç­ões dos entes que pagam imposto.

“Vamos continuar a diligencia­r para que tudo que arrecadarm­os se converta em despesa de qualidade e que todos esses diplomas também melhorem a relação entre os contribuin­tes e a Administra­ção Geral Tributária”, disse a governante, fazendo alusão aos principais objectivos que se pretendem, com a relação fiscal entre as instituiçõ­es e os contribuin­tes, nomeadamen­te uma legislação apropriada, transparên­cia e melhor ambiente fiscal.

Com o presente diploma, pretende-se graduar os impostos segundo a capacidade contributi­va de cada um, naturalmen­te, um expediente que visa dotar o sistema fiscal angolano da chamada justiça tributária.

Além das isenções normais que a legislação prevê, não há dúvidas de que o denominado­r comum passa pela ideia de que paga mais quem ganha mais e, obviamente, o contrário.

Esperemos que todos compreenda­mos que quanto mais o Estado arrecadar, com o contributo de cada ente fiscal, melhor posicionad­o estará para cumprir com as suas obrigações, sendo o oposto igualmente verdade, sobretudo se os contribuin­tes “fingem” que pagam impostos e assim colocam o Estado na condição de igualmente “fingir” que cumpre com as suas atribuiçõe­s.

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