Desaparecimento de jornalista em instrução preparatória
A Procuradora-Geral da República de Moçambique, Beatriz Buchili, disse, quintafeira, que o processo do desaparecimento do jornalista Ibrahimo Mbaruco, em Cabo Delgado, encontra-se em instrução preparatória e a cargo da Procuradoria desta província no Norte do país.
“O processo encontra-se em instrução preparatória e é dirigido pela Procuradoria Provincial da República em Cabo Delgado”, afirmou Beatriz Buchili, falando na Assembleia da República, em Maputo, noticiou a Lusa.
A Procuradora-Geral respondia a perguntas dos deputados da oposição na Assembleia da República sobre o tratamento que a Justiça está a dar ao desaparecimento de Ibrahimo Mbaruco, cujo paradeiro é desconhecido desde 7 de Abril.
Beatriz Buchili avançou que a família do jornalista apresentou uma denúncia do desaparecimento às autoridades judiciais, tendo sido aberto um processo.
A Procuradora-Geral adiantou que as autoridades tomaram conhecimento do desaparecimento do jornalista pelos órgãos de comunicação social.Ibraimo Mbaruco, da Rádio Comunitária de Palma, na província de Cabo Delgado, terá sido sequestrado, ao final da tarde de dia 7 de Abril, em circunstâncias por apurar, disseram à Lusa, na ocasião, familiares e fonte do órgão de comunicação para o qual trabalha.
Segundo o Misa Moçambique, uma organização de defesa da liberdade de imprensa, pouco antes do desaparecimento, Ibraimo terá enviado uma curta mensagem (SMS) a um dos colegas de trabalho, informando que estava “cercado por militares”. O que se passou depois é uma incógnita.As autoridades moçambicanas demarcaramse da eventual detenção do jornalista, acrescentando que o caso está sob investigação.
Várias organizações internacionais, incluindo a Amnistia Internacional, a Human Rights Watch e a União Europeia, manifestaram repúdio e pediram às autoridades o esclarecimento do caso.
Em 2019, Amade Abubacar e Germano Adriano, que cobriam a violência armada em Cabo Delgado, foram detidos e maltratados pelas autoridades durante quatro meses, sob acusação de violação de segredo de Estado e incitamento à desordem, num caso contestado pelas Nações Unidas e outras organizações.