Pirelli planeia limitar número de compostos
A Pirelli tenciona limitar o número de compostos de pneus disponíveis para cada Grande Prémio, reduzindo a possibilidade de selecção das equipas. A medida contempla a temporada'2020 do Mundial de Fórmula 1, com arranque programado para 5 de Julho, no Red Bull Ring, em Spielberg, na Áustria, depois do cancelamento e da suspensão das primeiras 10 corridas do campeonato, devido à pandemia da Covid-19.
A decisão da Pirelli, fornecedor exclusivo da Fórmula 1, compreende-se facilmente… Os italianos também estão confrontados com problemas financeiros e perderam cerca de 1800 pneumáticos que estavam montados nas jantes, após o cancelamento do Grande Prémio da Austrália, no Albert Park de Melbourne, a 15 de Março, decidido apenas na véspera do início dos treinos livres. Depois de instalados, os equipamentos não podem ser utilizados outra vez. Posteriormente, o fabricante italiano utilizou-os como combustível numa cimenteira.
O fabricante italiano prepara-se para retomar a produção de pneus para a Fórmula 1, mas fá-lo-á apenas depois de confirmado o calendário novo do Mundial de 2020, que continua coberto por um manto de segredo. “Se a primeira parte do campeonato decorrer na Europa e, depois, tivermos de deslocar-nos para a Ásia e América, como tudo acontecerá num espaço de tempo muito reduzido, confrontar-nos-emos com problemas de produção.
O que antecipamos é a necessidade de fazermos cerca de 35 mil pneus em dois meses e não durante o período de um ano, como aconteceu o ano passado”, disse Mario Isola, director da Pirelli F1.
Habitualmente, para cada Grande Prémio, a Pirelli produz três dos cinco compostos que tem num catálogo com 13 alternativas (selecção de pneus macios, médios e duros, que se somam os dois para pisos molhados: intermédios e chuva), recebendo todas as encomendas das equipas cerca de duas semanas antes das corridas fora da Europa. O prazo é reduzido para uma semana, no caso das etapas do campeonato realizadas no Velho Continente. Esta fórmula permite a adopção de tácticas diferenciadas.
Actualmente, decorrem negociações entre a Pirelli e as equipas para encontrar um caminho que simplifique o processo de produção, facto que pressupõe a diminuição do número de compostos. “Precisamos de flexibilidade. O interesse maior, o início do campeonato, é comum”, concluiu. Mario Isola também relembrou que estas limitações podem obrigar a alterações nos regulamentos, mas a empresa tem o apoio da Federação Internacional do Automóvel (FIA). E, recentemente, o Conselho Mundial do organismo, adaptandose às exigências dos tempos que vivemos, colocou de lado a exigência de unanimidade em todas as decisões e adoptou o voto electrónico para reagir à exigência de mudança rápida nas regras.
Fabricante retoma produção após a confirmação do calendário