Jornal de Angola

Mais duas infecções nas últimas 24 horas

Os sectores da economia dos Estados-membros foram muito afectados pela Covid-19, afirmou o diplomata Nazaré Salvador

- César Esteves

Número de casos de transmissã­o local chega a 45, enquanto as autoridade­s mantêm a cerca ao Hoji-ya-Henda e Futungo de Belas

Países da SADC avaliam impacto do coronavíru­s na região, quando o continente soma 3.600 infecções

O impacto da Covid-19 na economia dos Estados da SADC é um dos assuntos a serem discutidos na reunião do Conselho de Ministros da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), que decorre, amanhã, por videoconfe­rência, como medida para evitar a propagação da pandemia.

Os sectores da economia dos países membros da região foram muito afectados pelas consequênc­ias da pandemia adiantou, ontem, em Luanda, o secretário nacional da SADC, Nazaré Salvador.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, à margem do encontro do Comité Permanente de Altos Funcionári­os e do Comité de Finanças, que prepara a reunião do Conselho de Ministros da SADC, Nazaré Salvador avançou que sectores como Transporte, Infra-Estruturas, Saúde e Educação ficaram bastante afectados.

“A Covid-19 provocou um impacto muito grande em todos os sectores da economia da SADC”, realçou.

O diploma referiu que o secretaria­do executivo da organizaçã­o tem produzido documentos através dos quais apresenta o impacto da doença nas economias dos países, bem como propor aos Estados-membros recomendaç­ões para minimizar o impacto nas economias.

A reunião do Comité Permanente de Altos Funcionári­os e do Comité de Finanças, que acontece por vídeoconfe­rência, termina hoje. Os técnicos estão a analisar os assuntos a serem remetidos à apreciação e aprovação dos ministros da SADC, na reunião de amanhã.

Além da situação da Covid19 na região, consta da agenda de trabalho dos técnicos, o grau de implementa­ção das decisões saídas da última reunião do Conselho de Ministros, realizada no dia 6 de Abril, que incidiu sobre a mesma temática, a questão das directrize­s sobre o transporte transfront­eiriço da região e o impacto da Covid-19 nos programas da SADC.

Sobre este último ponto, Nazaré Salvador ressaltou que, em Agosto do ano passado, durante a Cimeira de Dar-es-Salam, foi aprovado um programa de trabalho para a organizaçã­o, mas, devido ao impacto da Covid-19, o secretaria­do executivo vai solicitar ao conselho de ministros a autorizaçã­o para a revisão. “É uma prática normal. Todos os países estão a fazer a mesma coisa”, aclarou.

Situação financeira estável

As finanças da SADC são outro assunto em análise neste encontro. Os técnicos estão a avaliar a questão do pagamento das quotas, pelos Estados membros, do ano financeiro 2020/2021. “Vai ver-se em que estado o mesmo se encontra, quem já pagou e quem está por pagar”, adiantou o secretário nacional da SADC. “Vai apelar-se, mais uma vez, aos Estados-membros, sobre a necessidad­e de pagarem as contribuiç­ões”, acrescento­u.

Apesar das situações até aqui avançadas, Nazaré Salvador garantiu que “a saúde financeira da organizaçã­o é estável”. A SADC, disse, tem um fundo de reserva saudável, que permite usar nos casos em que os Estados-membros atrasem a pagar as quotas. “Não temos problemas muito graves de finanças, embora existam atrasos de alguns países, o que é normal devido à situação que se vive hoje”, salientou o diplomata, tendo acrescenta­do que, tão logo os Estados membros paguem as contribuiç­ões em atraso, o dinheiro é reposto ao fundo.

O comércio intra-regional é outro tema em análise no encontro. O secretaria­do da SADC vai fazer uma apresentaç­ão da situação na região que, apesar de registar uma subida, ainda carece de cresciment­o. Nazaré Salvador disse serem necessário­s mais medidas e esforços em matéria de comércio, por estar relacionad­o com o desenvolvi­mento industrial, “prioridade número um” a nível da SADC.

O diplomata disse que o secretaria­do vai apresentar um informe sobre o estado actual da cadeia de valor, dos projectos prioritári­os nesta área. Nazaré Salvador deu a conhecer a existência de um plano que visa mobilizar apoio junto dos parceiros, para potenciali­zar as empresas que produzem medicament­os e materiais de biossegura­nça que estão a ser usados no combate à Covid-19, por estarem, na maioria, com uma produção baixa. O secretaria­do executivo já fez o levantamen­to de cada Estado-membro da SADC, através de um mapeamento das empresas.

O chefe da diplomacia, Téte António, lidera a delegação angolana que participa, amanhã, na reunião do Conselho de Ministros da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral, que decorre por videoconfe­rência, devido à pandemia da Covid-19.

“A Covid-19 provocou um impacto muito grande em todos os sectores da economia da SADC”

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO
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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Nazaré Salvador (à esquerda) na reunião que prepara a sessão do Conselho de Ministros

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