CARTAS DOS LEITORES
As nossas igrejas
Sou estudante de História e escrevo estas modestas linhas para falar sobre o papel que toda a sociedade espera das igrejas, sobretudo nesta fase da Covid-19. Sei que muito já se disse sobre o papel das igrejas de Cabinda ao Cunene, sobretudo em momentos que mais as pessoas esperam destas importantes instituições sociais. Esta minha carta pretende, de facto, incentivar estas instituições que muita falta fazem à nossa sociedade no sentido de ajudarem o Estado a implementar as medidas do Estado de Emergência. As instituições eclesiásticas desempenham um papel importante na moralização da sociedade, mobilização dos fiéis para não apenas as causas da fé, mas igualmente as de natureza social. Logo, com as igrejas pode ser mais fácil levar os cidadãos, que são também fiéis de numerosas confissões religiosas, a adoptar as medidas que se esperam. Mas escrevo estas linhas com algum cepticismo ao ver que o comportamento em geral das pessoas nas instituições, comunidades e bairros não reflectem exactamente essa realidade. Algumas igrejas realizam cultos à revelia, numa altura em que foram já detidos líderes religiosos que insistiam na congregação de pessoas para o culto. Embora grande parte das pessoas reclamem a necessidade de adorar a Deus, não há dúvidas de que, nesta fase, em primeiro lugar está a vida humana, a saúde das pessoas. Primeiro é a saúde e depois o resto. Acho que essa medida não desagrada ao Senhor na medida em que Deus é pela vida. Não creio que Deus “se agradaria” com risco que eventualmente os seus servidores correriam numa altura como esta. Aliás, muitas igrejas tomaram medidas de contingências para que a adoração não fosse interrompida, orientando os seus fiéis no sentido de realizarem cultos domiciliares. Para terminar, gostaria apelar às igrejas para continuarem a envidar esforços no sentido de manterem bem alto os padrões de conduta, moralidade e comportamento que têm demonstrado, apesar das falhas humanas. E sobretudo, nesta fase, a respeitar o que as autoridades impõem a todos como normas e regras de cumprimento obrigatório. ALBERTO KANDA
Petrangol
Ano lectivo
Numa altura em que o ano lectivo 2020 parecia já perdido, escrevo para enaltecer as medidas que foram já anunciadas sobre a retomada
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ou por e-mail: faseada das aulas, nas próximas semanas do mês de Julho. Até lá, espero que os alunos e encarregados de educação imprimam o mesmo dinamismo para os meses de avaliação e para que seja proveitoso, mesmo nas condições em que nos encontramos. Depois do longo “descanso” é hora dos encarregados, alunos e professores de arregaçarem as mangas, prepararem os utensílios escolares para recomeçarem. É preciso que os encarregados estejam por dentro sobre o desempenho escolar dos filhos. Muitos professores “sentem-se” só no exercício de uma tarefa que melhor seria efectivada com o acompanhamento de todos os intervenientes neste processo de ensino e aprendizagem. Na verdade, as palavras de encorajamento vão para todos os que não foram bem sucedidos ao longo dos trimestres iniciais, que precisam de melhorar o seu desempenho. Para terminar, gostaria reforçar os meus votos de sucesso aos professores, alunos e encarregados para que este ano lectivo comece bem, tal como todos pretendemos. Afinal, todos reputamos o ensino como a ferramenta excelente para transformar Angola num país competitivo e parar significa morrer. Está na hora de um novo recomeço, para bem do nosso ensino a todos os níveis. CARLINHOS SILVA Sambizanga