Afro-americano comanda a Força Aérea dos EUA
Pela primeira vez na História dos Estados Unidos, um afro-americano comanda um dos ramos das suas Forças Armadas. Trata-se do general Charles Brown Jr, confirmado, quarta-feira, pelo Senado, como comandante da Força Aérea dos Estados Unidos.
Brown, aprovado para o cargo por 98 votos a favor e nenhum contra, era até então comandante da Força Aérea no Pacifico, onde chefiava 46 mil homens.
As operações desse comando espalham-se por metade do mundo, incluindo as actividades da Força Aérea americana no Japão, Coreia do Sul, Havai, Alaska e Guam.
Antes de ocupar essa posição em 2018, o general Brown foi vice-comandante do Comando Central das Forças Armadas Americanas, onde chefiou a componente aérea e levou a cabo operações contra o Estado Islâmico no Iraque, Síria e Afeganistão.
Antes, foi director de operações, dissuasão estratégica e integração nuclear da Força Aérea norte-americana na Europa e África, com base na Alemanha.
Ao falar durante a audiência no Senado para a sua confirmação, Brown Jr.disse estar a “pensar nas imensas expectativas que vêm com esta nomeação histórica, particularmente à luz dos actuais acontecimentos que afectam a nossa Nação”, acrescentando estar consciente que o cargo “é um fardo pesado”.
“Não posso remediar séculos de racismo no nosso país, nem posso corrigir décadas de discriminação que poderão ter tido um impacto em membros da nossa Força Aérea”, disse o general Brown.
A votação surgiu no momento em que o Presidente Donald Trump e o Senado, de maioria Republicana e cujos elementos são maioritariamente brancos, tentam lidar com o rescaldo da contestação e repúdio pela morte de George Floyd.
Brown Jr. é piloto de caças, com mais de 2.900 horas de voo, incluindo 130 em combate. Na sexta-feira, Brown Jr. tinha utilizado as redes sociais para descrever a desigualdade racial com a qual lidou ao longo da carreira.
“Estou a pensar na minha carreira na Força Aérea, onde, frequentemente, era o único afro-americano no meu esquadrão ou, enquanto membro sénior, o único afro-americano na sala. Estou a pensar quando utilizava o mesmo fato de voo, com as mesmas asas ao peito, que os meus pares, e ser questionado por outros militares: és um piloto?”, escreveu o general.