Jornal de Angola

África vive um “cenário misto” mas a doença está controlada

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Quatro meses após o primeiro caso de Covid-19 no Egipto, o director-adjunto do África CDC traça um "cenário misto" da evolução da pandemia no continente africano, onde, defende, a propagação da doença ainda está controlada.

"Quando olhamos para o mês de Fevereiro e onde estamos agora, o cenário é misto. Na maioria dos países, o gráfico [da evolução epidémica] é muito suave e em alguns poucos - países, o gráfico é muito acentuado, com a transmissã­o a acontecer muito rapidament­e", disse Ahmed Ogwell Ouma.

O director-adjunto do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da União Africana (África CDC) e especialis­ta em saúde pública falava, em entrevista à agência Lusa, a partir de Addis Abeba, Etiópia.

Dez países africanos representa­m cerca de 80% dos casos registados no continente e mais de 70% das mortes acontecera­m em apenas em cinco países: Argélia, Egipto, Nigéria, África do Sul e Sudão.

"Mas, a tendência geral é que o cresciment­o da doença ainda está sob controlo, a curva epidémica ainda é suave e o número de pessoas em estado crítico devido à Covid-19 é relativame­nte baixo. Isto diznos que ainda temos uma oportunida­de de aplanar esta curva com a instituiçã­o, pelos Governos, das medidas apropriada­s para lidar com a pandemia", acrescento­u.

África mantém-se como o segundo continente menos afectado pela pandemia de Covid-19, a seguir à Oceânia, apesar de ter ultrapassa­do já os 225 mil casos e registar mais de 6.000 mortes num universo de 1,2 mil milhões de pessoas em 54 países. Ainda assim, a Organizaçã­o Mundial de Saúde (OMS) alerta para o acelerar da propagação da doença no continente, que demorou 98 dias a atingir os primeiros 100 mil casos, mas apenas 18 dias para chegar aos 200 mil.

Para o director-adjunto do África CDC, o pico da pandemia no continente ainda não ocorreu e Ahmed Ogwell Ouma espera que seja possível ainda evitar uma subida a pique no número de infecções pelo novo coronavíru­s."Estamos a fazer tudo o que podemos para que a curva não atinja um pico com números muito elevados. Queremos tornar a curva tão plana quanto possível e até agora temos uma curva relativame­nte plana", apontou.

Para Ahmed Ogwell Ouma, os grandes desafios e preocupaçõ­es do África CDC com a evolução da pandemia centram-se na capacidade dos países, principalm­ente os mais afectados, para continuare­m a fazer testes à Covid-19 "ao ritmo necessário".

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