Londres cria estruturas para proteger estátuas
As autoridades britânicas criaram estruturas para proteger algumas das estátuas e monumentos mais emblemáticos da cidade de Londres, como a estátua de Churchill e o memorial de guerra Cenotaph.
Durante a noite de sábado, vários trabalhadores estiveram a montar plataformas que visam proteger estes monumentos dos protestos contra o racismo. O presidente da Câmara de Londres, Sadiq Khan, afirmou que apesar de as manifestações na cidade, até ao momento, terem sido maioritariamente “pacíficas”, tomou-se a decisão de cobrir temporariamente os monumentos, para evitar que estes sejam alvo de vandalismo, como já aconteceu noutras cidades.
Sadiq Khan diz-se ainda “extremamente preocupado” com o risco de violência na cidade, entre os manifestantes e grupos de extrema-direita, e apelou para que os defensores da causa “Black Lives Matter” se mantenham em casa durante os próximos dias.
Vários manifestantes têm saído à rua em protestos contra o racismo e à violência, na sequência da morte de George Floyd, às mãos da Polícia, nos EUA. Na sequência dessas manifestações, vários têm sido também os actos de vandalismo, tendo em várias cidades, incluindo Lisboa, várias estátuas associadas à escravatura, sido vandalizadas. Os manifestantes em Bristol atiraram, recentemente, ao rio, uma estátua de um traficante de escravos do século XVII.
Centenas de detidos
Mais de 100 pessoas foram detidas após os confrontos de sábado em Londres entre a Polícia e manifestantes, entre os quais alguns de extrema-direita, que alegavam querer proteger estátuas, afirmou a Polícia.
Os manifestantes envolveram-se em confrontos com a Polícia, junto ao Parlamento,
em Londres.
Os agentes policiais foram atacados com garrafas, latas, paus e outros objectos cortantes num dia marcado pela violência na zona governamental.
Segundo a Polícia Metropolitana de Londres, muitas pessoas foram detidas por agressão aos agentes, actos de violência, posse de drogas e embriaguez.
Além destes incidentes, houve manifestações pacíficas em Hyde Park, Londres, e outras cidades britânicas, incluindo Belfast e Brighton, por grupos que procuraram expor o racismo na sequência do assassinato do afro-americano George Floyd. O Primeiro-Ministro britânico, Boris Johnson, escreveu no Twitter que “o vandalismo racista não tem lugar” nas ruas e a quem atacar a Polícia, será dado todo o peso da lei.
Protestos em França
Milhares de pessoas juntaram-se no centro de Paris em forma de protesto contra a violência da Polícia, em nome de Adama Traoré, um jovem de raça negra, que morreu sob a alçada das autoridades francesas.
Os protestos de sábado foram organizados por 17 grupos diferentes, incluindo o da família do jovem, cujo mote é “Verdade pelo Adama”. Durante a marcha, reporta a CNN, a irmã de Adama disse: “Por que é que o meu irmão morreu? Por que é que o meu irmão foi preso? O meu irmão morreu da mesma forma que George Floyd”.
“Vamos lutar com todos os franceses. Se não sofres de discriminação, bom para ti, junta-te à nossa luta de qualquer das formas”, acrescentou a irmã de Adama. Floyd morreu no dia 25 de Maio, às mãos da Polícia norte-americana. Desde então foram vários os protestos nos Estados Unidos (e não só) pelo fim do racismo e da violência das forças policiais.