Angola regista falta de dadores de sangue
Angola tem actualmente 20.124 dadores voluntários de sangue, sendo necessários mais de trezentos mil, para satisfazer a procura.
Quem o diz é a chefe de Departamento de Promoção da Dádiva de Sangue do Centro Nacional de Sangue, Sílvia Capoco. “Precisamos, no mínimo, de 300 mil pessoas a doarem sangue, anualmente, a nível nacional, e aproximadamente 80 mil dadores voluntários só em Luanda”.
Sílvia Capoco, que falava ontem ao Jornal de Angola, à margem da campanha de doação de sangue, em prol ao Dia Mundial do Dador de Sangue, acrescentou que no ano passado foram solicitadas, a nível nacional, 150.164 unidades de sangue, em diferentes unidades hospitalares, mas apenas 136.613 foram atendidas, gerando um défice de 13.551 unidades.
Segundo Sílvia Capoco, a Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta que para que um país possa satisfazer a procura precisa ter, pelo menos, um por cento da população como dador voluntário de sangue.
Francisco Quissanga, pastor da Igreja Adventista do 7º Dia, disse ontem que a comunidade adventista, no município do Cazenga, já mobilizou 250 fiéis para doar 22.500 miligramas de sangue, até o final do corrente mês. Cada unidade de sangue, refirase, contém 450 mililitros.
Elsa Bula, médica do Hos pital dos Cajueiros, no município do Cazenga, disse que naquela unidade sanitária são necessárias diariamente 22 unidades de sangue, em média, supridas, sobretudo, por familiares.
Entre as enfermidades que levam os pacientes ao défice do sangue a médica apontou a malária, anemias e cirurgias, com realce para as que decorrem na sequência de acidentes de viação.
Edson António Manuel, encontrado a doar pela quinta vez, disse que o processo é célere e organizado. Segundo contou, começa na secretaria-geral, onde são solicitados os dados pessoais, seguindose um inquérito sobre o estado de saúde e comportamento sexual, controlo da tensão arterial, lanche, extracção e repouso.