Desportos individuais com garantias de poucos riscos
Médicos garantem haver menos possibilidades de contágio da Covid-19 caso se observem as medidas de prevenção à pandemia
O regresso de desportos individuais, como o tiro, canoagem, algumas especialidades de atletismo, entre outros, cujo Decreto Presidencial da Situação de Calamidade Pública prevê o retorno para 27 do corrente, oferece poucos riscos desde que se observem as medidas elementares de prevenção à Covid-19.
A unanimidade saiu de vídeo-conferência (webinar) sobre a necessidade de abordar um eventual retorno à prática desportiva em função da especificidade de cada modalidade cuja sessão “online”, realizada no passado sábado, via aplicativo Zoom e com transmissão em directo no Facebook, foi organizada pelo colégio de especialidade de Medicina Desportiva.
A palestra contou com vasta plateia, constituída por treinadores, médicos, dirigentes e jornalistas.
Sob moderação da Doutora Stella Cristiano, uma equipa multidisciplinar de médicos procurou abordar o tema sob vários prismas, a fim de encontrar os melhores caminhos para retorno das actividades desportivas em Angola, nas reais condições do nosso país, sem descurar os vários protocolos internacionais.
“Após três meses de paragem, pode-se considerar que estamos em condições de regressar com a realização de testes médicos e outras actividades específicas de uma pré-temporada”, referiu o
Doutor Pedro Miguel, em resposta a uma questão sobre exequibilidade do regresso às actividades dos desportos colectivos na data agendada.
Em relação a essas modalidades, no entanto, foi unânime o reconhecimento de um maior grau de risco, pelo contacto permanente entre os praticantes e o número de jogadores envolvidos em cada partida. Os médicos referiram a necessidade de levar em consideração que o desportista está ainda enquadrado no núcleo familiar, onde regra geral coabita com outras cinco ou seis pessoas.
Pelas suas características, as lutas foram igualmente consideradas actividades de alto risco, devendo ter o retorno à prática mais condicionado. Neste âmbito, sem fugir às recomendações internacionalmente aceites, o especialista em Saúde Pública apontou a definição de protocolos específicos por modalidade, como sendo a via mais coerente a seguir.
A infecciologista Odília Vieira Lopes fez um breve resumo sobre a pandemia da Covid-19, suas características e implicações no quotidiano dos cidadãos.
Por seu turno, Desidério de Carvalho, médico especialista em Saúde Pública mostrou-se favorável ao retorno às actividades desportivas, salvaguardadas as devidas precauções. Destacou, no entanto,a escassez de testes como um contratempo a ter em conta.
A par das informações atinentes à sua especialidade, o cardiologista Mário Fernandes, presidente da Federação de Natação, tranquilizou os presentes sobre os perigos da prática da sua modalidade, referindo que a água da piscina não representa perigo de contaminação para os praticantes.
Alertou, no entanto, para o risco que pode constituir a partilha dos balneários, pelos nadadores. Pedro Miguel, especialista em Medicina Desportiva e responsável da área clínica da Federação de Futebol alertou para os constrangimentos a enfrentar num cenário de retorno às actividades.
Destacou como exemplo o facto de nos desportos colectivos o teste positivo de um atleta, após um jogo, poder ser motivo para obrigatoriedade de quarentena aos jogadores e técnicos de ambas equipas.
Sob moderação da Doutora Stella Cristiano, uma equipa multidisciplinar de médicos procurou abordar o tema sob vários prismas, a fim de encontrar os melhores caminhos para retorno das actividades desportivas