Sagrada indignado com o Petro de Luanda
Conjunto do Eixo Viário tentou contratar o defesa Gaspar sem obedecer aos preceitos legais consagrados nos manuais da FIFA
A direcção do Clube Sagrada Esperança da Lunda Norte manifesta-se indignada com a do Petro de Luanda por considerar “insultuosos e inamistosos” os procedimentos de contratação do central Kialonda Gaspar, um dos principais activos para a época futebolística 2020/2021. O depósito de um valor financeiro na conta do clube diamantífero sem a anuência “é susceptível de galvanizar um exasperante clima de conflitualidade entre as partes”.
Em nota enviada ao Jornal de Angola, a direcção do Sagrada Esperança recusa negociar com qualquer equipa a transferência dos principais jogadores do plantel, alvos de cobiça, tendo em conta os objectivos definidos para a próxima época. Os diamantíferos pretendem disputar pelos lugares cimeiros do Girabola e garantir uma vags na fase de grupos da Taça da Confederação.
Em função dos anseios da agremiação, o clube da LundaNorte considera “grave a atitude sobranceira do Petro de Luanda, pois quem age desta forma soez e pérfida acaba por demonstrar a pequenez moral no contexto das relações de cordialidade, que devem existir entre as instituições desportivas nacionais”.
Em nota de repúdio, o Sagrada Esperança reitera que “em obediência à rica tradição histórica e desportiva, continuará a primar pelo estabelecimento e reforço das relações com outros clubes nacionais na base do fair play desportivo, dos princípios da igualdade e honestidade”.
A direcção de José Muacabalo sustenta na nota que os clubes parceiros devem “em conjunto construir a trajectória histórica do desporto angolano, sem enveredar nunca por gestos de baixo coturno, como este, pelo seu elevado pendor ofensivo à dignidade alheia”.
Perante este cenário, a direcção do Sagrada Esperança “mantêm-se perseverante na construção do projecto sócio desportivo com humildade, respeito e elevação pelas congéneres, defendendo de modo intransigente os interesses contra todos aqueles que anacronicamente ainda consideram os demais clubes como espécies menores, insignificantes e que devem soçobrar perante as garras dos algozes”.
A nota do clube dirigido por José Muacabalo assegura que “se está a erguer progressivamente a fortaleza desportiva com o objectivo de dotar a instituição da consistência e estabilidade necessária que, tal como a tempestade, farão estalar o verniz cosmético de muitos que se julgam invulneráveis e predestinados”.
O Sagrada Esperança da Lunda-Norte consta da galeria de campeões do Girabola com um título conquistado em 2005 sob direcção técnica de Mário Calado.
Em busca do contraditório, o Jornal de Angola procurou ouvir, mas sem sucesso, o presidente de direcção cessante do Petro de Luanda, Tomás Faria.