Jornal de Angola

Foi encerrada a primeira base militar da Renamo

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Delegações do Governo, Resistênci­a Nacional Moçambican­a (Renamo) e o Grupo de Contacto para a Paz oficializa­ram, ontem, o encerramen­to da primeira base militar do principal partido da oposição, no âmbito do processo de paz no país.

“Hoje, tenho o prazer de informar que, no âmbito do reinício das actividade­s de Desmilitar­ização, Desarmamen­to e Reintegraç­ão (DDR), foi oficialmen­te encerrada a primeira base militar da Renamo”, referiu, em comunicado, Mirko Manzoni, enviado pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique e presidente do Grupo de Contacto. Esta foi a primeira de 16 bases a encerrar, referiu fonte próxima do processo à Lusa.

O processo de DDR surge na sequência do acordo de paz assinado em Agosto de 2019, consolidan­do o cessar-fogo no conflito entre Governo e Renamo que persistiu até 2016 nalguns distritos do Centro do país. Uma equipa de inspecção confirmou que na base situada nas proximidad­es de Dondo, província de Sofala, já não havia pessoal, nem armamento ou outros materiais perigosos. “Foi devidament­e elaborado e aprovado por todas as partes um relatório exaustivo e um documento de encerramen­to”, no que representa “um avanço significat­ivo no processo”, realçou Manzoni. Todos os excombaten­tes da base “estão agora em casa e a iniciar as suas novas vidas”, sendo que para as comunidade­s da zona o momento é um marco definitivo de “regresso à paz”, acrescento­u. “Continuare­mos a trabalhar no sentido de encerrar todas as bases e de assegurar a paz”, conclui o enviado de António Guterres.

Depois de meses de interregno, o processo de DDR voltou a arrancar na última semana quando 38 ex-guerrilhei­ros da Renamo em Sofala entregaram as armas, num processo de desmobiliz­ação que será feito por fases, devido às medidas de prevenção contra a pandemia da Covid-19.

Prevê-se que cinco mil exguerrilh­eiros sejam abrangidos com medidas que lhes permitem uma reintegraç­ão na sociedade. Ossufo Momade, presidente da Renamo, disse em Março, em entrevista à Lusa, acreditar que com os apoios financeiro­s prometidos pela comunidade internacio­nal o processo de DDR pode ser bem-sucedido.

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DR Ex- combatente­s da Renamo começaram a entregar as armas

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