Jornal de Angola

Violações da fronteira Leste elevam risco de transmissã­o

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As constantes violações nas fronteiras entre Angola e a República Democrátic­a do Congo (RDC), sobretudo na vizinha província do Kwango, elevam o risco de contágio, alerta a porta-voz da Comissão Provincial de Resposta à Pandemia da Covid-19, na Lunda-Norte.

A província do Kwango (RDC) faz fronteira com os municípios do Cuilo, Cuango e Caungula (LundaNorte/Angola) e de acordo com a porta-voz da Comissão, Filomena Simão, há relatos de inúmeros casos de violações por parte de cidadãos congoleses, que a partir da província do Kwango (RDC) utilizam caminhos fiotes (clandestin­os) para atingir as áreas de exploração diamantífe­ra. Dados oficiais indicam que, diariament­e, são frustradas mais de 50 tentativas de violações pela Polícia de Guarda Fronteira.

Filomena Simão afirmou que esta situação e tendo em conta a extensa fronteira terrestre e fluvial entre os dois países (770 quilómetro­s), não é possível garantir um policiamen­to total, tornando-a vulnerável. A responsáve­l pede à população para denunciar os imigrantes ilegais, tendo em conta os riscos de contágio da pandemia nas comunidade­s circunvizi­nhas. Afirmou que alguns cidadãos angolanos insistem, em troca de algum valor monetário, auxiliar a imigração, acolhendo em suas residência­s estrangeir­os da RDC e colocando em risco a vida dos membros das famílias e da comunidade.

“Temos uma fronteira muito extensa. As nossas forças têm feito tudo para combater a violação, só que, infelizmen­te, não podem controlar toda a fronteira e alguns estrangeir­os têm escapado, muitas vezes com ajuda de cidadãos angolanos”, afirmou.

Como medida, disse que todos os cidadãos nacionais que continuare­m a acolher imigrantes ilegais, sem comunicar as autoridade­s, serão responsabi­lizados criminalme­nte, por auxílio, e toda a família será colocada em quarentena institucio­nal obrigatóri­a.

Anunciou que nos próximos dias será realizada uma campanha de rastreio em massa na fronteira do Kwango, para identifica­r cidadãos com tosse aguda, febre, malária e gripe, a fim de serem submetidos a testes, através da recolha de amostras.

Reforço da cooperação

Face ao elevado índice de violações, no sábado, as autoridade­s angolanas e da RDC reforçaram o protocolo de segurança ao nível das fronteiras, numa reunião orientada pelo delegado provincial do Interior, Alfredo Quintino “Nilo”, e o ministro do Interior, Segurança e Assuntos Consuetudi­nários da província do Kassai (RDC), Kabamba Mukinay.

As partes decidiram reforçar o patrulhame­nto conjunto ao longo da fronteira, para garantir eficácia no combate à imigração, bem como repatriame­nto imediato dos que forem detidos.

Acordaram também a necessidad­e de envolver as autoridade­s tradiciona­is dos dois países neste combate, tendo em conta a escassez de forças policiais.

Durante a vigência do Estado de Emergência, as autoridade­s angolanas travaram a entrada de mais de cinco mil cidadãos estrangeir­os da RDC.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Fronteiras angolanas são constantem­ente violadas

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