Províncias sem condições para início das aulas a 27 de Julho
A ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, garantiu que apesar dos problemas apresentados, não haverá anulação do ano lectivo
Os governadores provinciais concluíram ontem, em vídeo-conferência, que as aulas do ensino primário não devem reiniciar em todo o país a 27 de Julho, por não estarem reunidas as condições para o regresso das crianças à escola. A reunião, coordenada pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, visou auscultar os 18 governadores sobre as condições para o reinício das aulas em todo o território nacional.
Governadores das 18 províncias do país consideram que não estão criadas as condições para o reinício das aulas do ensino primário e primeiro ciclo, em 27 de Julho, tendo por isso recomendado o adiamento.
Esta posição foi manifestada ontem durante uma vídeoconferência, presidida pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira.
A actividade lectiva foi suspensa em finais de Março, devido à ameaça de proliferação da Covid-19.
Carolina Cerqueira disse, ontem, que o reinício do ano lectivo constitui uma "preocupação muito grande", sobretudo no primeiro ciclo devido aos problemas relacionados com biossegurança, distanciamento entre as crianças e a necessidade da consciencialização das mesmas sobre o risco de terem um convívio.
Estes factores, segundo a ministra de Estado, "recomendam um adiamento no reinício das actividades escolares".
Carolina Cerqueira apontou problemas como a falta de água, infra-estruturas deficientes, falta de pessoal para cuidar das crianças dentro do recinto escolar. Sublinhou que em Luanda, devido à complexidade territorial e o grande número de alunos e escolas, é necessário a criação de condições para que haja higienização e protecção das crianças.
Carolina Cerqueira afirmou que vai ser feito um trabalho de auscultação, entre o Ministério da Educação e da Saúde, para uma melhor concertação da forma de implementação das medidasdesegurançaeprotecção das crianças nas escolas.
Neste particular, ressaltou o facto de muitas províncias estarem a entabular diálogos de concertação e auscultação com a sociedade civil, igrejas e outros parceiros sociais para um trabalho de consciencialização e protecção da Covid-19.
A ministra de Estado disse que, em relação às províncias fronteiriças, sobretudo com a RDC, existe preocupação com a mobilidade de pessoas e bens, pelo facto daquele país vizinho ter terminado já as medidas de quarentena e cerca sanitária. Enalteceu o trabalho das forças de defesa e segurança que têm estado vigilantes e actuantes na manutenção da estabilidade territorial e garantir o funcionamento das instituições.
A ministra garantiu que apesar dos problemas apresentados, não haverá uma anulação do ano lectivo.
Estiveram também no encontro, além da ministra e governadores, o secretário de Estado da Comunicação Social, Nuno Carnaval, e a ministra da Educação Luísa Grilo.