Agente no Centro de Imprensa está infectado
Agente da Polícia Nacional contaminado ainda não tem vínculo epidemiológico e faz parte do corpo de segurança do local onde têm acontecido as conferências de imprensa
Angola registou, nas últimas 24 horas, mais dois casos positivos de transmissão local. Segundo a ministra da Saúde, um dos contaminados é um agente da Polícia Nacional, de 45 anos, membro da equipa de segurança do Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM), local onde são realizadas as conferências de imprensa sobre a situação da Covid-19 no país.
O segundo caso está relacionado com a cerca sanitária do bairro Hoji-ya-Henda. Trata-se de um cidadão de 25 anos. Os dois novos casos, segundo a ministra, já estão a ser acompanhados numa das unidades de tratamento da Covid-19, em Luanda.
Os dados foram divulgados ontem durante a conferência de imprensa, sobre actualização de casos da Covid-19 no país.
Sílvia Lutucuta informou que o caso positivo do agente da Polícia Nacional foi detectado durante um rastreio realizado a 9 de Junho no CIAM, onde foram submetidos a testes 41 cidadãos, entre jornalistas e trabalhadores do centro.
Esclareceu que o vínculo epidemiológico do agente ainda não foi identificado. Por esta razão, todos os jornalistas que fazem a cobertura das conferências de imprensa e trabalhadores do CIAM devem voltar a ser testados hoje, a partir das 9h00, no Hospital Américo Boavida.
A ministra anunciou que pelo facto do CIAM registar um caso positivo da Covid19, as sessões de actualização da Covid-19 passam a realizar-se, temporariamente, noutros locais, para permitir a higienização do local. A sessão de ontem decorreu no auditório do Ministério da Saúde.
Sílvia Lutucuta revelou que das 41 amostras realizadas no CIAM, 40 foram negativas e apenas uma positiva. “Apelamos aos jornalistas para manterem a calma. Verificamos que têm usado máscaras, cumprindo com o distanciamento físico e também a higienização das mãos, mas, apesar de os resultados serem negativos, é prudente que voltem a testar”, realçou.
Dados fornecidos pela ministra referem que o agente que acusou positivo no CIAM trabalha em sistema rotativo - três vezes por semana - e geralmente permanece numa área com poucos contactos. Nesta altura estão em curso as medidas de saúde pública para identificar os seus contactos. Com esta alteração do quadro, a situação epidemiológica do país nas últimas 24 horas é de um total de 142 casos positivos, seis óbitos, 64 recuperados e 72 activos, sendo 77 de transmissão local. A ministra garantiu que as testagens continuam a ser feitas em quatro pontos, nomeadamente no Hospital Militar, Instituto Nacional de Investigação de Saúde, Instituto de Luta Contra o Sida e no Luanda Medical Center.
Até ao momento foram colhidas e processadas 14.765 amostras, das quais 142 positivas, 13.985 negativas e 638 encontram-se em processamento.
O Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) recebeu 62 chamadas, mas todas são relacionadas a pedidos de informação sobre a Covid-19.
Sílvia Lutucuta anunciou que se encontram em quarentena institucional 487 pessoas. Ontem, 51 cidadãos que estavam em quarentena receberam alta, sendo três em Luanda, 21 no Uíge, dez no
Cuando Cubango, nove no Cuanza-Norte, seis em Cabinda, um no Huambo e igual número no cunene.
“Importa referir que continuamos em situação de calamidade", lembrou a ministra, sublinhando que as cercas sanitárias, do Hoji-ya-Henda, Condomínio Olívia e da Clínica Multiperfil mantêm-se.
A ministra esclareceu que os 29 casos importados da Rússia deram origem ao seguimento de 40 contactos, porque durante a permanência na quarentena institucional não cumpriram com as medidas de protecção. Referiu que continuam a chegar meios de biossegurança ao país provenientes da China e da Europa, bem como a montagem de hospitais de campanha.
“Apelamos aos jornalistas para manterem a calma. Verificamos que têm usado máscaras, cumprindo com o distanciamento físico e também a higienização das mãos, mas, apesar de os resultados serem negativos, é prudente que voltem a testar”