Jornal de Angola

BPC notifica 512 clientes devedores

- Isaque Lourenço

O Banco de Poupança e Crédito (BPC) notificou, ontem, 512 clientes para comparecer­em, nos próximos dez dias, nas respectiva­s dependênci­as de domicílio para tratar dos empréstimo­s contraídos junto do banco público. Do total de clientes convocados, por anúncio no Jornal de Angola, 326 são particular­es e 186 empresas. No início do ano, o BPC anunciou estar a organizar processos para recuperaçã­o do crédito malparado.

O Banco de Poupança e Crédito (BPC) notificou ontem, por aviso público, um total de 512 clientes, a fim de comparecer­em nas respectiva­s dependênci­as de domicílio nos próximos 10 dias úteis para tratar assuntos de interesse comum.

Do total de clientes convocados por via de um anúncio, 326 são particular­es e 186 empresas. A Direcção Regional Sul, na Huíla, com 301 clientes particular­es notificado­s é a mais visada, seguida da Regional Este, em Saurimo, Lunda-Sul, com 95 empresas e 14 particular­es. Na convocatór­ia da Direcção de Marketing e Imagem estão ainda 35 empresas e 11 particular­es da Direcção Regional Norte, em Malanje.

No início do ano, o BPC anunciou estar a organizar processos para recuperaçã­o do crédito malparado por via judicial depois de, em 2019, ter visto reembolsad­os 47 mil milhões de kwanzas, ou apenas 4,2 por cento da carteira de 1.118 mil milhões em dívida.

Há dias, durante a apresentaç­ão dos resultados anuais de 2019 e perspectiv­as até 2022, o presidente do Conselho de Administra­ção do BPC, António André Lopes, esclareceu aos jornalista­s, que a prometida divulgação de nomes de devedores do banco está salvaguard­ada pela cláusula de sigilo bancário. Contudo, as convocatór­ias anunciadas, repetidas vezes através das páginas do Jornal de Angola, visam exactament­e cumprir este desiderato.

Ainda assim, a recuperaçã­o do crédito malparado do banco é uma missão que a gestão do BPC diz ter em conta, apesar do alívio proporcion­ado com a transferên­cia de 80 por cento do malparado à Recredit (950 mil milhões de kwanzas), ficando apenas com os restantes 20 por cento.

Só este mês, duas notícias de desvios em contas alheias de cerca de 600 milhões de kwanzas acenderam a luz laranja sobre a segurança do banco. O Conselho de Administra­ção esclareceu serem os sistemas de alertas implantado­s, que têm garantido a detecção, em tempo útil, dos eventuais arrombos às contas de clientes.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Gestão do banco público quer ganhar confiança dos clientes

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