Financiamento revitaliza produção agro-industrial
de vinte empresas do ramo industrial e agrícola, na província do Bié, estão inscritas na linha de financiamento do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), com vista a revitalizar a produção local.
A linha de financiamento num valor global de cerca de 25 mil milhões de kwanzas enquadra-se no Decreto Presidencial 98/20 com o objectivo de mitigar o impacto negativo causado pelo vírus da Covid-19 a micro, pequenas e médias empresas.
O representante do Instituto Nacional de Apoio a Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) no Bié, Celmo Cacungula, que vai superintender o protocolo de financiamento, pediu idoneidade e responsabilidade na execução do processo por parte das empresas que se vão candidatar.
Para ele, com este financiamento, o Estado angolano abre uma oportunidade aos produtores quer industriais como os agricultores para que possam restaurar em pleno as suas actividades.
O representante do INAPEM entende que, a semelhança de reduzir o impacto da Cavid-19, o protocolo de
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financiamento assinado pelos empresários concorre, também, para a promoção da produção nacional.
Constrangimentos
O empresário Joaquim Aguiar avançou à imprensa, que aderiu ao pacote de crédito para poder comprar e vender fertilizantes, por entender serem ainda escassos e constituírem grandes constrangimentos para a prática da agricultura.
De acordo com o comerciante, é sua intenção abrir lojas revendedoras de produtos agrícolas em todos os municípios da província, “só assim se pode conferir alguma autonomia na produção local”, disse.
Por sua vez, Pedro Jeremias é produtor de milho, ananás, arroz e feijão, no município de Camacupa, numa área de 190 hectares. O produtor que emprega famílias em sete aldeias do município, reconhece que a economia está em condições precária. "O que se pretende é elevar os níveis de produção, tornar os alimentos em fartura e com preços baixos", assegurou, Pedro Jeremias, depois de frisar que perspectiva um financiamento de 100 milhões de kwanzas para alavancar a produção.
Um total de 440 empresas ligadas ao sector do Comércio e Distribuição já foi seleccionado a nível de todo o país, no quadro do programa de alívio económico ou apoio financeiro, lançado pelo Governo angolano, através de uma linha de crédito do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), no valor de 17,6 mil milhões de kwanzas, que visa o fomento à produção nacional.
Em entrevista ao Jornal de Angola, o chefe do Departamento para a Economia, órgão afecto ao Ministério da Economia e Planeamento, Jerónimo Pongolola, revelou que existe ainda 270 cooperativas agro-pecuárias (15 por cada província), cujos trabalhos de apuramento já está praticamente finalizado.
No quadro deste processo, o portal do "Alívio Económico" recebeu 1.964 candidaturas de empresas de vários sectores instaladas nas 18 províncias, sendo que 710 empresas têm o processo aceite, as restantes aguardam pela selecção, com vista a beneficiar do apoio financeiro disponibilizado pelo Governo.
Neste momento, as cooperativas agro-pecuárias estão a receber visitas das empresas
A fileira das pescas está também a beneficiar do financiamento
de consultorias que irão fazer o levantamento das necessidades e diagnóstico, cujos trabalhos poderão estar concluídos ainda esta semana.
"As empresas beneficiárias das linhas de financiamentos não vão receber dinheiro do BDA para comprarem a produção. O BDA ou Governo vai financiar a compra de produção", explicou.
O programa de apoio financeiro irá pagar directamente ao pequeno produtor e depois a empresa beneficiária da linha de crédito terá a responsabilidade de devolver o dinheiro ao BDA. Com esta medida, o
Governo quer que os beneficiários do segmento do comércio e distribuição, terão de disponibilizar a produção adquirida para o mercado interno, abastecendo as pequenas, médias ou grandes superfícies comerciais.
Quanto as empresas ligadas a agricultura e indústria transformadora, a intenção é de que os operadores tenham acessos aos insumos nesta fase de pandemia.
O responsável incentivou os empresários, a aproveitarem ao máximo os instrumentos que o Governo colocou à sua disposição, nomeadamente aos ligados a elabora-ção de projectos ou estudos de viabilidade.
Quanto ao projecto de apoio ao crédito, o chefe do Departamento para a Economia revelou que existem reuniões regulares todas as semanas com os nove bancos que estão a apoiar a iniciativa do Governo.
"Todas as semanas fazemos o levantamento com os bancos no que concerne a cedência dos créditos ao sector real da economia", garantiu.
Alívio fiscal
Instado a pronunciar-se sobre o projecto do Executivo que visa o"Alívio Fiscal", Jerónimo Pongolola informou que tão logo termine o período de Situação de Calamidade Pública poderá se saber os resultados em termos de arrecadação.
Destacou que já se estão a sentir alguns efeitos, tendo em conta o processo de organização, principalmente ao nível das empresas identificadas, fazendo o "link" entre a oferta e a procura dos bens.
"Num curto espaço de tempo, poderemos ver os efeitos positivos desta medida do alívio financeiro. Foram medidas oportunas e muito bem desenhadas", apontou.