França reforça críticas à “interferência” turca
O Governo francês reforçou o tom das críticas à interferência turca na Líbia, garantindo que não pode deixar passar o que considera ser “a forma inaceitável” como a Turquia instrumentaliza a OTAN. “Os turcos comportam-se de maneira inaceitável, instrumentalizando a OTAN e a França não pode deixar passar”, referiu a Presidência francesa, citada num comunicado da agência France Presse.
A França, que ao longo de vários meses tem multiplicado as acusações contra as ambições regionais turcas, ficou irritada com o que considera ser uma “política cada vez mais agressiva e assertiva da Turquia, com sete navios turcos posicionados ao largo da Líbia, uma violação ao embargo de armas”.
O Presidente francês, Emmanuel Mácron, reuniuse, no final da semana passada, com o homólogo norte-americano, Donald Trump, para discutir o assunto e anunciou que nas próximas semanas será discutido com os parceiros da OTAN”. Emmanuel Macron lamentou o silêncio da OTAN, da qual a Turquia é membro, em relação às ofensivas militares turcas contra as milícias curdas na Síria, os aliados do ocidente na luta contra o terrorismo na Síria.
Em Novembro, o Chefe do Estado francês afirmou que a OTAN estava “num estado de morte cerebral”.
A União Europeia pediu, na sexta-feira, o apoio da OTAN para ajudar a reforçar o embargo de armas à Líbia, depois do Exército turco ter impedido que fosse inspeccionado um navio suspeito.
A Turquia, tal como o Qatar, apoia o Governo da União Nacional da Líbia, de Fayez al-Sarraj, reconhecido pelas Nações Unidas, contra as forças dissidentes do marechal Khalifa Haftar, apoiado pela Rússia, Egipto e Emirados Árabes Unidos.
O Governo turco tem fornecido aviões de combate e conselheiros para ajudar a causa do Governo de União Nacional líbio, permitindo que as suas tropas invertessem o equilíbrio de poder e aumentassem o sucesso militar, nas últimas semanas.