Negociações sobre o Nilo recomeçam esta semana
As negociações entre Egipto, Sudão e Etiópia sobre uma grande barragem no rio Nilo vão ser retomadas esta semana, anunciaram os três países africanos, apesar de o Cairo acusar os etíopes de impedirem progressos na resolução de diferendos, referiu, ontem, a Reuters.
Os três países não conseguem chegar a um acordo através das diversas conversações mantidas ao longo dos últimos anos, que sofreram uma interrupção inesperada, em Fevereiro, quando a Etiópia rejeitou uma proposta elaborada pelos Estados Unidos e acusou a administração de Donald Trump de tomar partido pelo Egipto.
A construção da Grande Barragem do Renascimento, pela Etiópia, no rio Nilo Azul, com um custo de 4,6 mil milhões de dólares, está concluída em mais de 70 por cento e pretende fornecer energia eléctrica aos 100 milhões de habitantes da Etiópia, mas tem sido uma questão fracturante entre os três principais países da bacia do maior rio africano.
Ainda no sábado, o ministro dos Recursos Hídricos do Egipto, Mohammed el-Sebaei, acusou a Etiópia de complicar as negociações com uma nova proposta que considerou “preocupante” por pretender “descartar todos os acordos e entendimentos alcançados pelos três países ao longo de cerca de uma década”.
A Etiópia pretende começar a encher o reservatório da barragem durante as próximas semanas, mas o Egipto receia que o enchimento precoce da reserva possa causar uma redução na quantidade de água do Nilo disponível neste país. Após meses de impasse, os ministros dos três países retomam as conversações sob a 'vigilância' de observadores dos EUA, UE e África do Sul, que preside a UA.