ONU realiza hoje debate sobre racismo e violência policial
de Direitos Humanos da ONU aceitou, ontem, a proposta dos países africanos para um debate urgente, hoje, sobre racismo e violência policial, no contexto da mobilização global após a morte do afro-americano George Floyd.
A decisão foi tomada sem que nenhum dos 47 países membros do órgão da ONU se opusesse, durante o retomar da 43ª sessão do Conselho de Direitos Humanos (CDH), que foi interrompida em meados de Março pela pandemia da Covid-19.
A presidente do CDH, a austríaca Elisabeth Tichy-Fisslberger, especificou que a reunião será realizada hoje às 15h00 (14h00 em Angola).
Este tipo de debate urgente organizado durante uma sessão do CDH - permite que as resoluções sejam adoptadas mesmo após o término do prazo para a apresentação de um projecto de resolução. Numa carta escrita em nome do grupo de países africanos, o embaixador do Burkina Faso nas Nações Unidas em Genebra (Suíça), Dieudonné Désiré Sougouri, pediu à Comissão na sexta-feira que organizasse um debate sobre “as actuais violações dos direitos humanos racialmente inspirado, racismo sistémico, brutalidade policial e violência contra protestos pacíficos”.
O pedido ocorreu depois de a família de George Floyd, as famílias de outras vítimas de violência policial e mais de 600 Organizações Não-Governamentais (ONG) pedirem ao Conselho de Direitos Humanos que tomasse medidas urgentes para enfrentar o problema do racismo e a impunidade da qual a Polícia dos Estados Unidos beneficia.
O embaixador do Burkina Faso lembrou que “os trágicos eventos de 25 de Maio de 2020 em Minneapolis, nos Estados
Unidos, que resultaram na morte de George Floyd, provocaram protestos mundiais contra injustiça e brutalidade que as pessoas de ascendência africana enfrentam diariamente em muitas partes do mundo”. “Infelizmente, a morte de George Floyd não é um incidente isolado”, acrescentou.
“Após a indignação geral e unânime levantada por essa situação, seria inconcebível que o Conselho de Direitos Humanos não debatesse essa questão de acordo com o seu mandato”, afirmou.
Este debate urgente será apenas o quinto desde o lançamento do CDH em 2006.