Ordenada prisão de Sara Winter
Sara Winter, uma das líderes do movimento “300 do Brasil”, foi ontem detida, em Brasília, pela Polícia Federal. O mandado de prisão foi autorizado pelo juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Winter, cujo nome de baptismo é Sara
Geromini, é uma das envolvidas no processo das “fake news”, que investiga a disseminação de notícias falsas na Internet.
A prisão, no entanto, foi motivadaporoutrainvestigação, sobre financiamento de actos anti-democráticos, também sob responsabilidade do juiz Moraes. O mandado atende a um pedido da ProcuradoriaGeral da República (PGR).
Os “300 do Brasil” são um grupo armado de extremadireita constituído por apoiantes do Presidente Jair Bolsonaro, que acampavam em Brasília. O acampamento foi desmontado na manhã do último sábado pelo governo do Distrito Federal. No mesmo dia, cerca de 30 apoiantes de Bolsonaro lançaram fogo de artifício contra as instalações do Supremo Tribunal Federal (STF).
No fim de Maio, a activista, de 27 anos, foi alvo de busca e apreensão pelo inquérito das “fake news”. Em seguida, publicou um vídeo a ameaçar “trocar socos” com o juiz Alenadre de Moraes, a quem prometeu perseguir e infernizar a vida. Por causa destas declarações, Sara Winter foi expulsa do DEM, partido pelo qual tentou eleger-se deputada federal no Rio de Janeiro nas eleições de 2018. Com 17.246 votos, não conseguiu ser eleita.
Winter reconheceu publicamente, pela primeira vez, a existência de armas dentro do acampamento, em entrevista recente à BBC News Brasil. De acordo com a activista, as armas serviriam para “protecção dos membros do acampamento”.