Anunciado medicamento eficaz
Um grupo de investigadores da Universidade de Oxford publicou, ontem, um trabalho científico que mostra as primeiras evidências de que a dexametasona, um esteróide com baixo custo, reduz a probabilidade de morte dos pacientes hospitalizados com Covid-19.
De acordo com a BBC, o medicamento, que já existe no mercado, é anunciado pela Universidade de Oxford como um grande avanço no combate à pandemia do novo coronavírus. A dexametasona, de acordo com os investigadores, reduz o risco de morte para os doentes que estão ligados a ventiladores em um terço e em um quinto para os pacientes que estão apenas a receber oxigénio.
O estudo, que está incluído num grande ensaio mundial para avaliar os efeitos de tratamentos para outras patologias no novo coronavírus, envolveu 175 hospitais do Serviço Nacional da Saúde do Reino Unido e perto de 11.500 pacientes.
O ministro da Saúde, Matt Hancock, anunciou ontem, que o medicamento começa a ser usado no tratamento do novo coronavírus, depois de terem sido conhecidos os resultados do estudo. O governante explicou, ainda, que o país tem “acumulado stocks” de dexametasona desde Março, estando agora na posse de cerca de 200 mil doses, que “estão prontas para serem administradas”. “Estamos a trabalhar com a NHS (sistema nacional de saúde) para que o tratamento padrão para a Covid-19 inclua a dexametasona a partir desta tarde”, disse.
Os especialistas britânicos envolvidos na investigação indicam que se o medicamento tivesse sido usado para tratar os doentes no Reino Unido desde o início da pandemia, poderiam ter sido salvas até cinco mil vidas. Por ser barato, também pode ser uma ajuda enorme em países mais pobres, com números muito altos de doentes da Covid-19, garantem.
Martin Landray, professor de Medicina e Epidemiologia na Universidade de Oxford, indicou à BBC que cada tratamento com dexametasona custa cinco libras, ou seja, menos de seis euros.