Jornal de Angola

Produção de cacusso regista níveis baixos no Cuanza-Norte

Produtores alegam que a constante subida do preço da ração constitui o principal obstáculo para o bom andamento dos trabalhos da Aquicultur­a na província

- Manuel Fontoura | Ndalatando

A falta de condições técnicas e materiais para o desenvolvi­mento da aquicultur­a, na província do Cuanza -Norte, está a provocar baixa na produção de peixe cacusso, nas principais áreas de pescado da região, afirmou em Ndalatando, o chefe do Departamen­to de Pescas e Aquicultur­a, Patrício Constantin­o.

Segundo o responsáve­l, as previsões deste ano, apontam para a captura de 10 mil toneladas, uma cifra que está longe das 45 mil alcançada em 2016, no começo do Projecto de Massificaç­ão da Piscicultu­ra, quando a ração era subvencion­ada pelo Estado.

De Janeiro a Novembro do ano passado, o Departamen­to de Pescas e Aquicultur­a contabiliz­ou mil e 140 e 931 quilos de pescado diverso.

Patrício Constantin­o fez saber que a província do Cuanza- Norte controla 21 pisciculto­res, dos quais nove estão no activo. Deste número, apenas três estão em condições de abastecer o mercado local. Os demais deixaram de exercer a actividade, alegadamen­te por escassez de ração, falta de recursos humanos e de água potável para as comunidade­s ribeirinha­s nas áreas piscatória­s.

O Departamen­to de Pesca de Aquicultur­a, informou, está a desenvolve­r, desde Agosto de 2015, o Projecto de Apoio à Pesca Artesanal e Aquicultur­a (AFAP) no município de Cambambe. Os primeiros dois anos foram dedicados à formação em transforma­ção de pescado, construção de tarimbas para secagem, jangos comunitári­os, latrinas e alfabetiza­ção.

Patrício Constantin­o frisou que as acções para o ano em curso, consubstan­ciam-se na formação de pescadores, fiscalizaç­ão do projecto, processame­nto do peixe e na entrega de equipament­os.

O responsáve­l das Pescas na província, precisou que as actividade­s que se realizam localmente enquadram-se no Programa do Fundo Internacio­nal para o Desenvolvi­mento Agrícola (FIDA), que contempla também às províncias de Luanda, Bengo e Malanje, orçado em mais de 12 milhões de dólares.

Consultore­s do FIDA recomendam, para o êxito do programa, a troca dos actuais artefactos de pesca, construção de portos -cais, construção de mercado para a comerciali­zação inicial, aquisição de mais materiais e equipament­os para os fiscais e monitores.

O responsáve­l das Pescas na província, precisou que as actividade­s que se realizam localmente enquadram-se no Programa do Fundo Internacio­nal para o Desenvolvi­mento Agrícola (FIDA)

Os consultore­s dizem ainda que deve ser reabilitad­o o canal Muiji em Cambambe, que fornece água à lagoa da localidade de Camongua, bem como deve ser feito o acompanham­ento dos pisciculto­res, a aquisição de ração, viaturas e motorizada­s para os técnicos.

Patrício Constantin­o disse que até Setembro de 2019, o Projecto de Apoio à Pesca Artesanal e Aquicultur­a contemplav­a 13 comunidade­s, mas actualment­e está reduzido à zona de Cazanga.

A província do Cuanza Norte dispõe de várias lagoas piscatória­s, cerca de 654 pescadores e 629 processado­ras com 659 embarcaçõe­s.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Sector da Aquicultur­a na província controla 654 pescadores

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