FNLA defende cancelamento do ano lectivo em todo o país
A FNLA defendeu o cancelamento do ano lectivo em todo o país, principalmente em Luanda, por entender que não há condições médico-sanitárias para a retoma das aulas.
Através de um comunicado saído da primeira sessão extraordinária do Secretariado do Bureau Político, realizada na segunda-feira mas que o Jornal de Angola teve acesso apenas ontem, a FNLA exorta o país a evitar implementar as medidas adoptadas pelos países desenvolvidos, pelo facto destes já estarem habituados a lidar com pestes desde a Idade Média e, em função disso, disporem de políticas mais assertivas para essas situações.
Apesar disso, o partido fundado por Holden Roberto reconheceu o esforço levado a cabo pelo Governo para fazer face à pandemia e outras doenças infecciosas.
O Secretariado do Bureau Político da FNLA aconselha as famílias angolanas a pautarem por condutas médicosanitárias, para evitarem o contágio da doença. “Fique em casa”, exorta o comunicado, onde, também, pode ler-se que “a nossa atitude é a melhor arma na luta contra o coronavirus”.
Congresso do partido
No mesmo comunicado, o Secretariado do Bureau Político da FNLA promete criar “estratégias legais” para a realização de um congresso ordinário ou extraordinário, dependendo da pertinência e do contexto, o mais urgente possível, de forma a resolver a situação no partido.
O órgão de cúpula da FNLA apreciou o relatório dos representantes do partido na Comissão para a Implementação do Plano de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos. Encorajou os representantes a continuarem a defender as posições da FNLA e a contribuírem para o pacifismo político no país.
Os membros do Secretariado do Bureau Político da FNLA defendem que as vítimas dos conflitos políticos em Angola merecem uma singela e verdadeira homenagem do Governo angolano e dos partidos políticos com implicação directa nos acontecimentos, porquanto muitos deles “foram açoitados injustamente sem dó nem piedade”.
“A homenagem deve ser seguida de um pedido de desculpas formais, bem como de indemnizações àquelas famílias mais lesadas”, defende a FNLA, para quem “agora é o momento de reconhecer as falhas perpetradas durante a luta de libertação nacional e durante a guerra civil em Angola”.