Venda de peixe seco rende coroa de “Rei”
A venda de peixe a baixo custo, nas ruas de Luanda, serviu de arma de arremesso para António Rodrigues da Rocha atrair a clientela e expandir o seu negócio. Hoje, volvidos 19 anos, sente que ganhou o desafio. De esquebra, ganhou a alcunha de “Rei do Peixe
“Sou o Rei do Peixe Seco em Luanda”, orgulha-se constantemente António Rodrigues da Rocha. Debruçado sobre o assento de uma motorizada de três rodas, carregada das mais variadas espécies de peixe seco, o vendedor não esconde a satisfação por conta da actividade que lhe valeu a coroa da parte dos clientes.
Por ser inusitado, o formato que António Rodrigues escolheu para vender o peixe seco desperta a atenção e atrai até si cidadãos de todas as idades. Virou rotina o veículo motorizado que lhe dá suporte ser alvo da admiração. É assim há mais de 19 anos, garantiu o próprio ao Jornal de Angola.
Bastante árdua, a jornada laboral de Rodrigues da Rocha inicia no período da manhã, na vila de Catete, município de Icolo e Bengo, local onde reside. Os primeiros raios de sol servem de fiel despertador.
“Percorro uns bons quilómetros até a cidade de Luanda. É lá onde vendo grande parte do peixe, desde a garoupa, corvina e outros”, disse.
Rodrigues da Rocha, que compra o peixe na Ilha de Luanda ou na praia da Mabunda, diz que a preferência de um número significativo de pessoas em degustar o peixe, em detrimento da carne, motivou a sua escolha.
No início, comercializa à porta dos supermercados. A qualidade e o baixo custo serviam de isca para conquistar a confiança dos clientes.
Instalada a concorrência, o número crescente de clientes galvanizou o sonho de Rodrigues da Rocha e, com o decorrer do tempo, a marcha para vencer deixou de ter distância.
“Vendia próximo aos supermercados. Os clientes tinham preferência pelo meu produto, inclusive, muitas vezes solicitavam para me tornar fornecedor dos supermercados em Luanda”, disse.
A conquista de cada desafio dava indicadores a Rodrigues da Rocha de que o sucesso era apenas uma questão de tempo e a “zunga” foi a meta idealizada para atingir o plano de crescimento.
“Os primeiros dias como zungueiro foram difíceis. O transporte do peixe seco era feito com apoio de saco aderente”, recordou.
Com o dinheiro das vendas e o crescimento do negócio, conseguiu adquirir um carro-de-mão. Por esta altura, parte de Luanda estava rendida ao seu negócio e a compra de uma motorizada foi o passo seguinte.
Além da motorizada, o traje com o qual o “Rei do Peixe Seco” habitualmente se apresenta tornou-se uma imagem de marca. Faz parte do marketing que adoptou. Os tempos são outros. Por outro lado, a dinâmica nos negócios exige ajustamento e desde há algum tempo que Rodrigues da Rocha faz uso do Terminal de Pagamento Automático (TPA) durante as vendas.
O formato que António Rodrigues escolheu para vender o peixe seco desperta a atenção e atrai até si cidadãos de todas as idades. O veículo motorizado que lhe dá suporte é constantemente alvo da admiração