Membro do júri pede dureza contra infractores
O escritor António Fonseca, membro do júri desta edição do Prémio Jardim do Livro Infantil, disse, ontem, em Luanda, que é preciso ser mais duro com quem desrespeita os direitos de autor e usa meios errados para atingir alguns objectivo.
Para o escritor, que falava em resposta ao pedido de desculpas públicas de Cireneu de Jesus André Francisco, de 24 anos, que com o pseudónimo de Minango Ya Nzambi concorreu este ano ao Prémio Jardim do Livro Infantil e o venceu, mas perdeu tal título quando foi descoberto que o trabalho vencedor era plágio de um livro da brasileira Sandra Aymone, acredita ser necessário salvaguardar a reserva moral de uma sociedade. “Não estamos aqui para mandar ninguém para cadeia, mas devemos ser duros para este tipo de comportamento. É necessário maior respeito pelo trabalho dos outros”, disse, acrescentando que atitudes do género na literatura tendem a desvalorizar este género.
Como membro do júri lamentou, ainda, o facto de não haver nenhum trabalho, dos outros concorrentes, a altura do prémio. “De acordo o regulamento do concurso, criado pelo Instituto Nacional das Industrias Culturais (INIC), nesta edição não será atribuído um prémio”, explicou.
Por sua vez, Cireneu de Jesus André Francisco, que pediu desculpas públicas, a semana passada, disse, ao Jornal de Angola, que continua arrependido pelo plágio e que apenas o fez porque queria mostrar a realidade explorada no livro de Sandra Aymone, editado em 2015, em relação ao aquecimento global e preservação da natureza.
O prémio, que já teve como vencedor Auria Quikunga, com “Londinho - Menino de lodo, Boneco de Ouro”, Maria Celestina Fernandes, com “As Amigas em Kalandula”, e Zulinni Bumba, com “O aniversario do Rei Leão”, é destinado a descoberta de novos talentos e permite, somente, a participação de trabalhos inéditos.