Violência racial deve receber reparações
A Alta Comissária para os Direitos Humanos das Nações Unidas considerou que a actual violência racial é “o legado do comércio de escravos e do colonialismo” e afirmou ser a favor de “reparações de várias formas”.
A posição de Michelle Bachelet foi tomada ontem durante um debate no Conselho dos Direitos Humanos, solicitado pelos países africanos sobre racismo e violência policial após a morte de George Floyd nos Estados Unidos.
“Esse acto gratuito de brutalidade passou a simbolizar o racismo sistémico, que prejudica milhões de pessoas de ascendência africana”, disse a alta comissária.
O Conselho decorreu ontem em Genebra e discutiu o racismo e a violência policial, a pedido dos países africanos, que têm feito uma campanha para que as Nações Unidas lancem uma investigação sobre o “racismo sistémico” nos Estados Unidos e noutros países.
A investigação, que implica a criação de uma comissão de inquérito internacional independente (normalmente reservada a crises graves, como o conflito sírio) tem como objectivo “levar à justiça os autores” de actos de violência, segundo o projecto de resolução dos Estados africanos citado pela agência de notícias AFP.
Os investigadores da comissão devem ainda examinar “as respostas dos Governos a nível federal, estatal e local a manifestações pacíficas, incluindo o alegado uso excessivo da força contra manifestantes, transeuntes e jornalistas”.