População apreensiva, após os três primeiros casos da doença
Duas ruas sob cerca sanitária, aumento do número de pessoas com máscaras, poucos grupos de cidadãos na via pública e falta de meios de protecção individual, caracterizam o ambiente em Ndalatando, depois de terem sido registados os primeiros três casos positivos da Covid-19 na província do Cuanza-Norte.
As avenidas Tomás José Marques (Dos Índios) e a principal do bairro Sambizanga estão, desde ontem, vedadas à circulação de pessoas, pelo facto de lá morarem dois dos três infectados.
A directora do Gabinete Provincial da Saúde, Filomena Wilson, disse que os infectados, com idades entre os 34 e 58 anos, já foram transferidos para a província de Luanda. Antes, foram internados no centro de tratamento do Morro de Binda, onde estão instaladas 40 camas.
Filomena Wilson avançou que o cidadão angolano com Covid-19 inspira cuidados especiais. Já os dois cidadãos estrangeiros são comerciantes e residem em Ndalatando com as respectivas famílias.
A directora do Gabinete Provincial da Saúde assegurou que será feita a colheita de amostras aos moradores das ruas sob cerca sanitária e serão enviadas a Luanda para a testagem.
Garantiu que CuanzaNorte já possui equipamentos para a realização de testes, mas não funcionam por falta de reagentes.
O anúncio da existência de casos de Covid-19 alterou o ambiente em Ndalatando. A preocupação das pessoas reside no número de pessoas que tiveram contactos com os dois cidadãos estrangeiros, proprietários de cantinas. Beatriz Brandão, 22 anos, revela que, por serem apenas duas, as cantinas chegam a ser visitadas por mais de 50 pessoas por dia.
O governador do CuanzaNorte, Adriano Mendes de Carvalho, apelou a calma e assegurou que a situação está sob controlo das autoridades sanitárias.
Até ao momento, já foram recolhidas 191 amostras, das quais 39 negativas, três positivas e as restantes estão em processamento. CuanzaNorte é a segunda província a registar casos de Covid19, depois de Luanda.