Imparcialidade promove jornalismo independente e profissional
O Jornalista Reginaldo Silva pediu ontem aos parlamentares que olhem para a problemática da imparcialidade na perspectiva de o país ser portador de uma comunicação social e um jornalismo que se exerça de forma mais independente e profissional.
Ao debruçar-se sobre a “Imparcialidade dos meios de Comunicação em Angola”, durante o seminário de capacitação organizado pela Comissão de Cultura, Assuntos Religiosos, Comunicação Social, Juventude e Desportos, Reginaldo Silva defendeu que a questão da imparcialidade está intrinsecamente ligada à auto-regulação.
O também membro da Entidade Reguladora da Comunicação
Social (ERCA) afirmou que hoje já não é possível fazer política sem a presença dos medias e dos jornalistas e, sobretudo, sem a televisão que, como meio de comunicação social, reúne os recursos da escrita e som, com toda a força que a imagem possui.
Do ponto de vista democrático, acrescentou, não faria qualquer sentido se todo o investimento público estivesse apenas ao serviço do partido no poder e do governo dele resultante.
“Na realidade e, até agora, temos tido uma media estatal que depois de ter sido completamente controlada por um só partido nos tempos do monopartidarismo, passou a ser governamentalizada quanto baste, estando agora a caminho do seu estatuto de serviço público, num percurso interminável com todos os avanços e recuos que se conhecem e nos continuam a dividir”, sublinhou.
Sobre a ERCA, Reginaldo Silva indicou que este órgão foi “desenhado pelo legislador como um jarro de bonitas flores na tradição do seu antecessor, o Conselho Nacional de Comunicação Social (CNCS), apenas para enfeitar o jardim das garantias dos direitos e liberdades fundamentais que tem, no Estado, o seu maior interessado, mas que na prática tem sido também o seu principal adversário”. Na sua opinião, o que Angola precisa é de instituições fortes.
Ética e responsabilidade
O jornalista Ismael Mateus considerou que a ética e a deontologia são elementos basilares do exercício profissional, que determinam os valores que são a fonte de inspiração desse exercício e o modo como se operacionalizam.
Referiu que a ética jornalística reúne um conjunto de valores que se apresentam como orientação para a conduta profissional e para que a liberdade de imprensa e a responsabilidade jornalística sejam observadas. Ismael Mateus, que se debruçou sobre o tema “Ética e Deontologia do jornalista”, lembrou que a ética comporta valores como a objectividade, verdade, a isenção e a imparcialidade.