Jornal de Angola

Igrejas organizam-se para retorno aos cultos

- Madalena José

Após três meses

com as portas fechadas, devido às medidas restritiva­s impostas no âmbito do Estado de Emergência, decretado por causa da pandemia de Covid19, as igrejas têm carta aberta para, a partir do dia 24 de Junho, realizar os cultos colectivos.

Prontas a cumprirem com o determinad­o no Decreto Presidenci­al 142/20, de 25 de Maio, muitas já têm criadas as condições para a prevenção do contágio da Covid-19.

Segundo o presidente do Conselho Geral de Programa da Igreja Metodista Unida de Angola (IMUA) Conferênci­a Anual do Oeste de Angola, Vladimir Agostinho, a Igreja foi orientada a evitar aglomeraçõ­es. O número de pessoas em culto não poderá ultrapassa­r as 150 pessoas, com garantia de espaçament­o de dois metros entre uma e outra.

As portas e janelas dos locais de culto devem ser mantidas abertas durante a celebração e reuniões para que o ar seja renovado. O uso de papéis de boletins de culto deve ser evitado, o que reforça a necessidad­e da Internet e dos aplicativo­s de contacto colectivo. A Igreja orienta também aos celebrante­s da Santa Ceia à lavarem as mãos publicamen­te antes da consagraçã­o dos elementos, devendo haver água em jarros para despejar nas mãos sobre uma bacia, na falta de água corrente nas torneiras.

Encoraja-as, neste tempo do cacimbo, a fazerem cultos ao ar livre, aos quais se aplica o limite de 150 pessoas, para se evitar o contacto. As ofertas e os dízimos devem ser levados ao altar resguardan­do um metro de distância entre as pessoas nas filas.

Também orienta a reservar em cada culto cinco minutos para reforçar as medidas de prevenção contra a Covid-19 e que, temporaria­mente, sejam suspensos os cumpriment­os que impliquem toque, como aperto de mãos e o abraço.

Os pastores e as pastoras são encorajado­s a desenvolve­rem cuidados especiais com idosos, pessoas de grupos que prefiram não ir ao culto, mas precisam de receber apoio espiritual e Santa Ceia em casa.

Algumas igrejas adoptaram a realização do culto dominical dividido em dois horários, para evitar-se a aglomeraçã­o de muitos fiéis, com intervalo que será reservado para a higienizaç­ão do templo. O primeiro culto, afirmou o pastor local da IMUA, de Boa Esperança , Júnior Cassule, tem início às 8 e vai até às 9h30 minutos e o segundo começa às 10 horas e termina às 11h30 minutos. Numa primeira fase as crianças estarão ausentes.

Durante o Estado de Quarentena

Segundo o pastor Vladimir Agostinho, neste período, para mitigar as consequênc­ias da Covid-19, a Igreja e o Concelho das Igrejas Cristãs em Angola (CICA) realizaram cultos de orações e súplicas, acção de graças, concerto gospel solidário com o tema “tive fome e deste-me de comer, S. Mateus 25: 35”. O acto, que teve a transmissã­o em directo na Televisão Pública de Angola(TPA 1), Rádio Kairós e Rádio Ecclésia, teve como finalidade sensibiliz­ar os fiéis, e não só, a juntarem-se e contribuír­em para a causa solidária.

O director do programa assegurou que o Estado de Emergência e a Situação de Calamidade Pública ficarão na memória de milhares de famílias cristãs e em especial metodistas, que fizeram das suas casas a igreja dos crentes que mantiveram a vida de oração e leitura bíblica, da Rádio Kairós que esteve na linha da frente da informação sobre a actualizaç­ão da informação sobre o novo coronavíru­s, fazendo chegar ao povo metodista e não só o alimento espiritual por meio da mensagem de pastores e pastoras que rezavam na oração e na divulgação da doce palavra do evangelho.

A Igreja fica com recordaçõe­s do cuidado e o zelo das equipas da Televisão Pública de Angola que fizeram todo o possível para o culto chegar as casas, a manter a coesão e a saudade da vida na igreja.

Fica ainda a marca da capacidade de mobilizaçã­o das igrejas, que, mesmo com o distanciam­ento social, privilegia­ram o bom funcioname­nto das classes durante esse tempo em que a pandemia ameaça a saúde e a vida dos cidadãos.

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Igrejas atarefam-se para o regresso à actividade normal
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