A crise económica, as empresas e a intervenção do Estado
Em tempo de crise económica e financeira, os Estados tendem a assumir um papel relevante, em virtude da retracção da actividade produtiva das empresas.
A intervenção do Estado na economia é mais acentuada quando se assiste ao abrandamento do crescimento económico, tendo os governos frequentemente interesse em injectar o capital em empresas que considerem estratégicas ou em unidades produtivas que podem gerar a criação de milhares de empregos.
Estando os Estados geralmente preocupados com o aumento da taxa de desemprego, é normal que quem esteja no poder em tempo de uma grave crise, como a que estamos a atravessar neste momento e que atinge todo o mundo, procure formas de financiar a actividade económica, por via do estabelecimento de novas prioridades ao nível da politica orçamental, de modo a atacar os problemas de maior gravidade.
Que não é fácil governar em tempo de crise económica e financeira todo o mundo sabe. Também todo o mundo sabe que não é fácil, perante muitos problemas económicos e sociais causados pela actual crise sanitária, estabelecer prioridades. Mas quem governa tem necessariamente de fazer opções e direccionar verbas orçamentais para despesas que possam realmente aquecer a economia, para a superação de situações de recessão.
O Estado, enquanto agente económico, tem de desempenhar um papel importante em momentos em que a sociedade não tem outras alternativas senão ancorar-se na capacidade que os poderes públicos têm de tomar decisões que vão no sentido de promover acções que resolvam problemas como o desemprego e a pobreza.
Enquanto pessoa de bem, o Estado tem o dever de procurar os caminhos que contribuam para criar o bem- estar para as comunidades, devendo estar atento às camadas da população mais carenciadas.
A crise económica que o mundo está a viver foi causada por um fenómeno imprevisível, a pandemia de Covid-19, pelo que importa que os governos tenham criatividade e vontade política para avançar com medidas que protejam prioritariamente aquelas pessoas que já têm vivido em situações marcadas por carências de vária ordem.
Os recursos financeiros são sempre escassos para múltiplas necessidades colectivas, e em tempo de crise é penosa a tarefa dos governos para resolver de uma só vez muitos problemas, pelo que se justifica que se aposte no aumento dos apoios, sob diversas formas, a empresas, com vista a assegurar os rendimentos para as famílias.