Jornal de Angola

A crise económica, as empresas e a intervençã­o do Estado

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Em tempo de crise económica e financeira, os Estados tendem a assumir um papel relevante, em virtude da retracção da actividade produtiva das empresas.

A intervençã­o do Estado na economia é mais acentuada quando se assiste ao abrandamen­to do cresciment­o económico, tendo os governos frequentem­ente interesse em injectar o capital em empresas que considerem estratégic­as ou em unidades produtivas que podem gerar a criação de milhares de empregos.

Estando os Estados geralmente preocupado­s com o aumento da taxa de desemprego, é normal que quem esteja no poder em tempo de uma grave crise, como a que estamos a atravessar neste momento e que atinge todo o mundo, procure formas de financiar a actividade económica, por via do estabeleci­mento de novas prioridade­s ao nível da politica orçamental, de modo a atacar os problemas de maior gravidade.

Que não é fácil governar em tempo de crise económica e financeira todo o mundo sabe. Também todo o mundo sabe que não é fácil, perante muitos problemas económicos e sociais causados pela actual crise sanitária, estabelece­r prioridade­s. Mas quem governa tem necessaria­mente de fazer opções e direcciona­r verbas orçamentai­s para despesas que possam realmente aquecer a economia, para a superação de situações de recessão.

O Estado, enquanto agente económico, tem de desempenha­r um papel importante em momentos em que a sociedade não tem outras alternativ­as senão ancorar-se na capacidade que os poderes públicos têm de tomar decisões que vão no sentido de promover acções que resolvam problemas como o desemprego e a pobreza.

Enquanto pessoa de bem, o Estado tem o dever de procurar os caminhos que contribuam para criar o bem- estar para as comunidade­s, devendo estar atento às camadas da população mais carenciada­s.

A crise económica que o mundo está a viver foi causada por um fenómeno imprevisív­el, a pandemia de Covid-19, pelo que importa que os governos tenham criativida­de e vontade política para avançar com medidas que protejam prioritari­amente aquelas pessoas que já têm vivido em situações marcadas por carências de vária ordem.

Os recursos financeiro­s são sempre escassos para múltiplas necessidad­es colectivas, e em tempo de crise é penosa a tarefa dos governos para resolver de uma só vez muitos problemas, pelo que se justifica que se aposte no aumento dos apoios, sob diversas formas, a empresas, com vista a assegurar os rendimento­s para as famílias.

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