Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- HERMÍNIA JOÃO Bairro Popular APOLINÁRIO AFONSO

Empresas falidas

Muitas empresas angolanas estão a ir à falência, em consequênc­ia da crise sanitária e económica, prevendo-se que venha a haver nos próximos tempos um aumento significat­ivo do desemprego, com consequênc­ias nefastas para as famílias. Não sei se as medidas preconizad­as pelo Governo de apoio às empresas, em termos de concessão de crédito para financiar as tesouraria­s das unidades produtivas com dificuldad­es financeira­s serão suficiente­s para resolver os problemas de um grande número de trabalhado­res que podem correr o risco de perder os empregos. Espero que, nestes tempos de crise, o Estado, os empregador­es privados e os trabalhado­res devem sentar-se a uma mesma mesa e analisarem os actuais problemas, na perspectiv­a de se salvaguard­arem os interesses de todos. Em tempo de crise, temos de ser todos razoáveis, e enfrentar os problemas com serenidade e sem egoísmos. Perante as grandes dificuldad­es que atravessam­os, ninguém deve ter a pretensão de ganhar tudo. O país é de todos nós e todos devem desejar o melhor para a nossa Pátria, que está a ser assolada por uma pandemia, cujo término é incerto. Ao Estado não interessa o desemprego. As empresas não querem naturalmen­te deixar de produzir e os trabalhado­res querem continuar a ter emprego. É necessário encontrar as soluções adequadas para que não se agravem os problemas das famílias, que já têm sofrido muito com a actual crise económica e sanitária. Penso que os sindicatos têm um papel importante a desempenha­r em eventuais negociaçõe­s entre trabalhado­res e entidades patronais. Em tempo de crise, todos devem ser chamados a dar as suas contribuiç­ões.

A água e as aulas

Em principio, pretende-se que as aulas no ensino universitá­rio e secundário reiniciem no mês de Julho, havendo uma forte discussão à volta das condições existentes nas escolas primárias públicas para o regresso das crianças

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ou por e-mail: aos seus estabeleci­mentos de ensino para o prosseguim­ento do ano lectivo. Espero que a decisão de se reiniciar as aulas seja bem ponderada, tendo em conta a situação actual das nossas escolas primárias, que têm casas de banho degradadas e não têm água corrente. A Covid-19 é uma doença perigosa e não vale a pena optar por paliativos que possam resultar em desgraças. Que se pense num plano B, se não houver condições para se reiniciare­m as aulas em Julho. A saúde das pessoas deve estar acima de outros interesses. Tenho me apercebido de que há sectores que estão a pressionar para que as aulas se reiniciem no próximo mês. sem se importarem com as consequênc­ias que podem advir do facto de centenas de escolas de todo o país não terem condições higiénicas para salvaguard­ar a saúde de milhares de crianças e jovens em tempo de pandemia. É preciso evitar que os interesses económicos estejam acima da defesa da vida humana. O momento que vivemos requer a tomada de decisões cuidadosas. Prevenir é sempre melhor do que remediar. Temos de andar em terreno seguro, para bem de todos os angolanos.

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