Jornal de Angola

Chineses e canadianos trocam acusações

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A China pediu, ontem, ao Primeiro-Ministro do Canadá para parar de fazer “comentário­s irresponsá­veis”, depois de Justin Trudeau ter dito que a decisão de Pequim de acusar dois canadianos por espionagem foi uma retaliação pela detenção de uma executiva chinesa.

As acusações de espionagem “não têm nada a ver” com o caso da directora financeira do grupo chinês Huawei, Meng Wanzhou, assegurou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeir­os da China. Meng foi detida em Vancouver a pedido dos Estados Unidos por alegadamen­te ter violado sanções contra o Irão.

Na semana passada, a Procurador­ia-Geral do Estado chinês acusou formalment­e o diplomata Michael Kovrig, e o empresário Michael Spavor de espionagem e recolha ilegal dos segredos de Estado, ao serviço de entidades estrangeir­as. Os dois homens estão detidos há 18 meses. As acusações contra ambos foram anunciadas depois de um juiz canadiano ter decidido que o caso de extradição de Meng pode prosseguir para a próxima etapa, no sentido de uma extradição para os EUA.

Trudeau disse que as autoridade­s chinesas “ligaram directamen­te” os casos de Kovrig e Spavor a Meng, e pediu a Pequim que acabe com a “detenção arbitrária”.

“Não existem detenções arbitrária­s”, disse o porta-voz do Ministério­chinês, Zhao Lijian. “A China pede ao líder canadiano que respeite sinceramen­te o espírito do Estado de Direito, respeite a soberania judicial da China e pare de fazer comentário­s irresponsá­veis”, apontou. Meng mora numa mansão que possui em Vancouver, onde supostamen­te está a trabalhar numa obra de pós-graduação científica.

Kovrig e Spavor estão detidos em local não revelado e tiveram acesso negado a advogados ou familiares.

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